Compra da casa própria exige cautela

O sonho da casa própria pode se transformar em pesadelo, caso o futuro comprador não tome alguns cuidados antes de fechar negócio. ?Quase 95% das pessoas compram sem saber o que estão contratando. Pouquíssimos buscam orientação antes de fechar negócio; apenas nos procuram quando já estão com problemas?, afirmou Rudger Martins de Souza, consultor da Associação Nacional dos Mutuários (ANM), em Curitiba.

Segundo Souza, é comum o futuro mutuário não saber qual plano de financiamento está contratando, nem o tipo de reajuste que será aplicado. ?Existem vários tipos de planos para amortizar a dívida: os ruins e os menos piores?, comentou. Qualquer financiamento pela tabela Price, ponderou, é negativo. ?Há outros planos, como o de comprometimento de renda, de financiamento light, novo light, de comprometimento monetário, série gradiente, que também são ruins?, apontou.

Entre os ?menos piores?, cita, estão os financiamentos pelo sistema Sacre (Sistema de Amortização Crescente) e SAC (Sistema de Amortização Constante). ?O ideal é optar por um desses dois planos. Além disso, nossa orientação é de sempre financiar o menor valor possível, dentro do menor prazo possível e comprometendo no máximo 15% da renda?, aconselhou, ao contrário do que o sistema financeiro indica, que é o comprometimento de até 30% da renda familiar. ?O problema é que as prestações são corrigidas e o reajuste salarial não consegue alcançar. Há casos em que o comprometimento com as parcelas chega a 80% da renda.?

Imóveis ocupados

Além do tipo de financiamento, o futuro mutuário tem que estar atento ainda à compra de imóveis ocupados. ?Eles são entre 20% e 30% mais baratos, mas apresentam risco e tanto incômodo que muitas vezes não vale a pena tal diferença?, afirmou o consultor jurídico da Associação Brasileira de Moradores e Mutuários (ABMM) em Curitiba, Paulo de Tarso.

Segundo o consultor, nem sempre é fácil tirar a pessoa de dentro do imóvel. ?Muitos acham que, comprando o imóvel, resolvem o problema, quando, na verdade, eles estão comprando briga na Justiça?, alertou. Para Tarso, o ideal é que o futuro comprador visite o imóvel, saiba quem é o morador, converse com ele, saiba o histórico – normalmente, o mutuário está perdendo o imóvel por inadimplência – e se ele pediu revisão contratual. Além disso, é importante checar junto ao Registro de Imóveis a situação do bem em questão.

Segundo Tarso, leva-se, em média, pelo menos um ano para conseguir o imóvel negociado. ?Há casos em que o comprador leva de dois a três anos, e há situações, ainda, em que é preciso desfazer o negócio porque o mutuário original consegue provar que havia problemas no contrato, como cobrança de juros sobre juros?, comentou. ?O banco, ou a corretora, não fala desses riscos na hora de vender.? O consultor alertou, ainda, que os futuros compradores não devem fechar negócio no impulso, nem sob pressão. ?As pessoas têm que se preparar antes de assinar um contrato.?

Serviço:

Maiores informações com a Associação Brasileira de Moradores e Mutuários (ABMM), em Curitiba, através do fone (41) 3023-2266. Fone de contato da Associação Nacional de Mutuários (ANM): (41) 3077- 5504.

Feirão da casa própria, em Curitiba

No próximo final de semana, a Caixa Econômica Federal promove em Curitiba o Feirão Caixa da Casa Própria, no Marumby Expo Center. O evento, que acontece pela segunda vez na capital paranaense, oferece como vantagem a possibilidade de o comprador encontrar em um único espaço representantes de cerca de 40 construtoras e 50 imobiliárias. Ao todo, estarão sendo oferecidos aproximadamente 7 mil imóveis.

A expectativa é que durante o feirão – que acontece entre os dias 15 e 17 – sejam fechados 3 mil contratos habitacionais, movimentando cerca de R$ 150 milhões. Em 2006, o feirão de Curitiba movimentou R$ 100 milhões, com 2 mil contratos fechados. No local, será possível obter todas as informações necessárias para adquirir o imóvel, inclusive quanto à definição do limite de crédito fornecido pela Caixa.

Ocupados

A Caixa informou, através da assessoria de imprensa, que o banco não esconde a situação em que está o imóvel – ocupado ou não. Informou ainda que, durante a feira, estará distribuindo cadernos aos visitantes, que indicam a situação dos imóveis oferecidos. Dos 7 mil imóveis que estarão sendo ofertados no feirão, apenas 150 são próprios da Caixa Econômica Federal.

Serviço:

Feirão Caixa da Casa Própria, em Curitiba. Local: Marumby Expo Center. Endereço: Avenida Wenceslau Braz, 1046, Vila Guaíra. Dias: 15 a 17 de junho de 2007. Horário: Sexta e sábado, das 10h às 21h; domingo, das 10h às 18h. Entrada gratuita.

Dicas para a aquisição do imóvel certo

Visita: Em primeiro lugar, deve-se visitar o imóvel que se pretende comprar, verificando seu estado de conservação e se ele está ocupado. Se estiver, a compra é desaconselhável.

Matrícula: É importante verificar a matrícula do imóvel (uma espécie de carteira de identidade) no Registro de Imóveis do cartório imobiliário competente. Essa ação é importante para se descobrir o histórico do imóvel, isto é, se há dívidas a serem pagas, ações judiciais tramitando ou outro tipo de empecilho que traga problemas ao novo comprador. Mas o ideal mesmo é que o aspirante a mutuário consulte um advogado especialista no assunto.

Retomada: Para quem já adquiriu um imóvel ocupado, a solução é ajuizar uma ação de imissão de posse, que leva, normalmente, mais de um ano. A retomada ilegal pelo mutuário, isto é, a retirada forçada de quem está ocupando o imóvel, pode render ao novo proprietário um processo por danos morais e materiais.

Fonte: Associação Brasileira de Moradores e Mutuários (ABMM).

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