Bolso inteligente

“Combo” para celulares nem sempre garante economia

Os planos que o mercado de telefonia móvel oferece, a fim de garantir mais tempo de serviços (voz, torpedos e internet) por valores mais atrativos nem sempre garantem a satisfação de quem quer economizar, já que a falta de informação sobre os diferentes pacotes acaba fazendo muitas pessoas pagarem por serviços que não usam ou gastarem mais nos itens que realmente utilizam.

Ignorar tais planos e aderir a um modelo pré-pago focado no serviço de voz também não evita a pagar mais por algo que se poderia ter por menos. Pelos estudos da Associação de Defesa do Consumidor – Proteste dão conta que a diferença entre o preço de um minuto de ligação no pré e pós pago de uma mesma operadora chega a 130% dependendo da condição do contrato. “Outro risco é que na busca por uma melhoria no pacote, as pessoas esquecem a mudança de serviços antes ilimitados para limitados e serem surpreendidas com valores bem acima dos contratados”, alerta o advogado da Proteste, David Passada.

O advogado explica que a melhor maneira de usufruir das ofertas do setor sem estourar a conta é pesquisar sobre os diversos pacotes promocionais que a telefonia apresenta, levando em conta quais interesses precisam ser atendidos, quanto se está disposto a pagar e se no ranking regional a operadora tem muitos problemas com a qualidade dos serviços. “São basicamente quatro operadoras no país, mas a qualidade de cada um delas em termos regionais é bastante variável, uma vez que nem todas investem uniformemente”, aponta. Há simuladores, inclusive no site www.proteste.org.br, que auxiliam os cidadãos na busca pelo plano mais compatível a partir do perfil de uso.

Percepções distintas

Marco Andre Lima
Celso e Andreia: mesma operadora pra amigos e familiares.

Na prática, os consumidores lançam mão de estratégias diferentes para controlar os gastos com telefonia. A auxiliar administrativa Andreia Araújo da Fonseca, consegue fixar em R$ 29.90 por o gasto com telefone. “Não escolhi um plano familiar, mas fiz todas as pessoas que costumo ligar a usarem a mesma operadora”, ensina.

Ela diz que mantém telefonemas regulares com um grupo de aproximadamente 20 pessoas entre marido e familiares.

Já o casal de comerciantes Elienai Castanho e Juliane da Silva Castanho diz que gasta cada vez mais para usar cada vez menos os serviços disponibilizados pela operadora. “É um pacote pré-pago da operadora, mas os R$ 39 que carrego não duram uma semana”, reclama Elienai. “Antes usávamos os torpedos sem custo, agora nem isso entra no pacote”, acrescenta Juliane.

Quanto mais gente, melhor

Quanto ao poder de barganha do consumidor, as empresas reconhecem que aumenta naturalmente, à medida que uma família ou grupo de pessoas que se comunicam frequentemente contratam um pacote juntos, na mesma empresa.

“Na Vivo, dentro de uma mesma conta, o titular pode atrelar até cinco dependentes, reduzindo o custo do pacote e usufruindo de programas de pontos para abater na troca dos aparelhos e de descontos”, afirma o diretor territorial do Paraná e Santa Catarina da Telefônica Vivo, Jackson Rodrigues.

A Claro também oferece opções de pacotes incluindo até quatro dependentes. No pacote exclusivo de serviços Combo Multi, por exemplo, a família tem acesso à TV, banda larga, telefone fixo da NET e celular da Claro pagando 30% a menos do que se contratasse individualmente o pacote.

No quesito vantagens para os clientes, a operadora Oi lançou a promoção “Oi, eu tô na Copa”, que vai sortear ingressos para o mundial e pacotes com serviços a preços promocionais de R$ 29,90.

No caso da TIM, o conceito de dependente é substituído pelo de comunidade ampliando o leque de quem quer economizar com planos pré-pagos em que o cliente pode falar de TIM para TIM em chamadas locais ou longa distância (usando o 41 número da TIM no Brasil) por apenas R$ 0,25 a ligação.