Combate à aftosa terá mais R$ 12,8 milhões

O Ministério da Agricultura anunciou a liberação extraordinária de R$ 12,8 milhões para o programa de erradicação da febre aftosa. Com a medida, o governo, que aguarda uma resposta da Rússia para o fim do embargo à carne brasileira, mais que dobrará os recursos destinados neste ano à contenção da doença.

Esta é a segunda vez no ano que a Rússia proíbe a importação do produto brasileiro por focos de aftosa. No primeiro embargo, iniciado em junho, foi editada uma medida provisória que previa a liberação de recursos que não estavam previstos no orçamento. Agora, o ministério anuncia liberação de crédito suplementar.

O Ministério da Agricultura já empenhou 91,27% dos R$ 9 milhões previstos no orçamento para a erradicação da febre aftosa. O adicional de R$ 12,8 milhões anunciado ontem, faz parte de um pacote de R$ 44 milhões para “ações emergenciais de defesa animal e vegetal”. Antes da suplementação, o gasto com defesa sanitária era o menor desde 1998. Agora, ficará abaixo dos recursos totais de 2000.

Segundo a assessoria de imprensa, a liberação dos recursos não está ligada ao embargo russo, mas o “bom argumento” é somado ao empenho do ministro Roberto Rodrigues (Agricultura) para negociar no governo mais recursos para o setor.

Em nota, o ministério menciona os Estados que receberão o aporte suplementar. Nem o Amazonas, nem o Pará, onde houve os recentes focos de aftosa que motivou o embargo russo, receberão recursos para o combate da doença. Eles não exportam carne.

Mato Grosso (que faz divisa com o Pará e é exportador) receberá a maior fatia (R$ 2,5 milhões), seguido do Rio Grande do Sul (R$ 1,7 milhão) e de Minas Gerais (R$ 1,55 milhão). O texto da nota informa que a divisão dos recursos obedece os seguintes critérios: território, número de cabeças por rebanho, situação sanitária do território, riscos de contágio e necessidades de barreiras”.

Vacina

Começou ontem mais uma etapa da campanha nacional de vacinação contra a febre aftosa. Nessa fase, que se estenderá até 31 de outubro, serão imunizados bovinos e bubalinos de Alagoas, Amazonas, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Roraima. A vacinação dos rebanhos é obrigatória, alerta o Departamento de Defesa Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Os seis estados têm 5,58 milhões de cabeças de gado, menos de 3% dos 191,2 milhões de bovinos do País, o maior rebanho comercial do mundo.

Em Pernambuco, serão vacinados 1,75 milhão de animais. No Amazonas, 1,04 milhão de cabeças. Paraíba (951,6 mil reses), Rio Grande do Norte (714,7 mil), Alagoas (706,4 mil) e Roraima (423 mil) também estão incluídos. Essas regiões estão em processo de erradicação da aftosa e só vendem carne, produtos e subprodutos para o mercado interno.

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