Bolso Inteligente

Com previsão de dificuldades, é bom ter cuidado com o orçamento em 2014

O ano que vem será de crescimento econômico tímido e de muita cautela nas finanças do lar. Essa é opinião dos principais setores da economia paranaense, que se reuniram no último mês de dezembro para debater as perspectivas do Brasil e do Estado para 2014. No encontro, a classe chegou a conclusão que por ter sido negligente em questões como o câmbio flutuantes, queda de inflação e superávit primário, o governo federal não conseguirá grandes feitos neste ano. “Apesar da Copa do Mundo e das eleições, não virão dias melhores em 2014. A projeção é de um cenário com ausência de crescimento. Talvez o meu desejo fosse manifestar a vocês um feliz 2015”, disse na ocasião o economista Gilmar Mendes Lourenço, presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).

E se o ano será de cautela nas questões macroeconômicas, é preciso tomar as devidas providências para que o orçamento familiar não saia dos eixos. O economista Carlos Alberto Gandolfo, presidente do Conselho Regional de Economia do Paraná (Corecon-PR) aconselha as famílias a focar no planejamento para manter as contas sobre controle. “Planejar é a melhor maneira pra não se perder nas questões financeiras e eu sempre peço pras pessoas se fazerem a seguinte pergunta: eu preciso mesmo desse objeto? Se a resposta for negativa, as coisas podem andar de maneira mais positiva”, explica Gandolfo.

Dívidas

Entre as dicas para como se comportar financeiramente em 2014, o economista alerta para dívidas a longo prazo e para as parcelas que cabem no bolso. De acordo com ele, em muitas situações é mais vantajoso economizar para se pagar à vista. “Hoje muitas lojas não vendem o produto, mas sim o financiamento e os juros. Por acaso, você leva alguma coisa pra casa, mas o que as lojas querem são os ganhos com os juros que estão embutidos no valor. Claro que em casos emergenciais, essa modalidade é aconselhável. Mas no geral, vale economizar, sim”, conta.

Escolha a dívida mais barata

Gandolfo alerta para os cuidados com as dívidas do cartão de crédito e cheque especial. Para ele, os juros cobrados por essas modalidades podem ser prejudiciais à saúde financeira familiar. “O cartão de crédito é uma ferramenta muito útil se usada com planejamento, mas tem que tomar cuidado para não ser forçado a pagar a parcela mínima. Se acontecer isso, a dívida se torna incontrolável. Os juros do cheque especial também são exorbitantes e essa modalidade só tem que ser usada de maneira emergencial. Mas a falta de planejamento sempre leva as famílias a usarem o cheque especial e isso muitas vezes se torna uma dor de cabeça”, ressalta.

Em casos de endividamento no cheque especial ou no cartão de crédito, Ganfolfo aconselha e colocar na ponta do lápis os juros. “Em inúmeros casos é vantajoso optar por um empréstimo para quitar as dívidas de cartão e cheque especial. Normalmente esses créditos tem juros menores. É preciso detalhar as dívidas e optar pela dívida menor, mais barata, e, principalmente, que seja pagável”, lembra.

Pensar em porcentual é a dica

Para economizar na aquisição de bens não duráveis, como as compras de mercado, por exemplo, o economista dá uma dica importante para que administra as finanças do lar.

“Muita gente pensa em valor, em centavos ou reais. Por exemplo: um produto custa R$ 1 e um outro semelhante custa R$ 0,90. O cidadão na hora pensa: ‘Ah, são só dez centavos’. Não são só dez centavos. É 10% mais barato e 10% é um valor significativo dentro do lar. Se pensar assim nas compras do supermercado, com certeza a dona de casa ou o chefe de família vai ter economia”.

Ganfolfo também ressalta para a prática de pesquisa de mercado. Segundo ele, procurar pelos melhores preços em folhetins dos supermercados.

“Pesquisar é uma fórmula antiga, mas sempre eficaz para que quer economizar nas compras. Então, vá atrás e procure o melhor preço e compre de acordo com a sua necessidade. Nunca mais. Muita gente se perde nas contas por comprar a mais do que realmente precisa. Se começar a compra apenas o que precisa, já fará uma grande diferença no bolso”, ressalta.

Previdência

Com o crescimento do mercado de previdências privadas no Brasil, o presidente do Corecon-PR alerta que é preciso estudar bem as condições da modalidade antes de contratá-la.

“Não é um investimento para se pensar a curto e médio prazo. Apenas a longo prazo e estou falando aqui de 20 anos pra cima. Além disso, precisa analisar bem o contrato antes de adquirir o produto”, avalia.

“Eu sempre digo: previdência privada é para que está entrando no mercado de trabalho e não para quem está prestes a se aposentar. É um bom investimento à longo prazo e como complemento de renda na aposentadoria”, complementa.