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Com conjuntura favorável, poderá haver rolagem maior da dívida, diz secretária

A secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, disse nesta quarta-feira, 25, que o órgão pode optar por rolar mais de 100% dos vencimentos da Dívida Pública Federal (DPF) em 2017.

Os vencimentos da dívida somam R$ 594,7 bilhões neste ano. “Poderá haver uma rolagem maior se a conjuntura econômica e de mercado favorecer isso e o Tesouro tiver uma estratégia em aumentar o colchão de liquidez”, afirmou.

A secretária do Tesouro Nacional disse, ainda, que a estratégia do Tesouro em assumir mais risco na gestão da Dívida Pública Federal (DPF) não significa retirar todo o risco do mercado.

“A estratégia não é incorporar todos os riscos, mas mediar os riscos em função dos seus custos. Não vamos assumir todos os riscos, tanto que estaremos emitindo também papéis prefixados”, respondeu “Em razão da política fiscal, ideia é que LFTs possam suavizar trajetória da dívida pública”, completou Ana Paula.

O subsecretário da Dívida Pública, José Franco de Morais, destacou que a emissão de LFTs será semelhante ao montante do ano passado. Ele rebateu ainda a avaliação de que emissão de LFTs é mais cara que a de prefixados de curto prazo. “É preciso olhar todo o horizonte do prazo do título”, alegou.

Segundo Ana Paula, o Tesouro lidará com atual cenário “com o pé no chão”. Confiante na consolidação fiscal e na retomada da atividade econômica, a secretária disse ainda que o Brasil irá recuperar o grau de investimento, mas não deu uma estimativa de prazo para isso.

Não-residentes

José Franco de Morais disse também ser difícil calcular uma estimativa de realização de lucro e saída de recursos por parte dos investidores estrangeiros que deixaram a Dívida Pública Federal (DPF) em 2016.

“Ao longo do ano não observamos um movimento forte de venda de títulos por parte dos investidores não-residentes no País. Os investidores estrangeiros tinham principalmente títulos de curto prazo, e essas vendas ocorreram nos momentos de vencimentos de grandes volumes de papéis”, argumentou.

Ele destacou que a fatia de estrangeiros que deixou a DPF foi substituída por fundos de previdência. “Portanto essa saída foi gradual e organizada”, completou.

Meta

O Tesouro Nacional prevê para este ano um aumento entre 10,82% e 17,25% do estoque da Dívida Pública Federal (DPF). Os dados constam no Plano Anual de Financiamento (PAF), divulgado na manhã desta quarta pelo órgão. O PAF estipula que o estoque da DPF fique entre R$ 3,45 trilhões e R$ 3,65 trilhões até o fim de 2017. A dívida encerrou 2016 em R$ 3,113 trilhões.

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