Ciesp revisa projeção para o emprego

São Paulo (AE) – O Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) revisou de 1% para entre 0,47% e 0,84% sua projeção do crescimento do nível de emprego da indústria paulista em 2006. Isso significaria a criação de entre 10 mil e 17.400 postos de trabalho. No ano passado, o emprego industrial medido pelo Ciesp cresceu 0,64%.

A mudança na estimativa leva em conta sobretudo o recuo de 0,13% registrado em agosto sobre julho, com corte de 2.862 mil empregos. Esta queda representa a antecipação de um movimento de corte de vagas industriais que acontece de forma sazonal em novembro e dezembro.

Na avaliação do diretor do Departamento de Economia do Ciesp, Boris Tabacof, é até possível que setembro e outubro tenham comportamento positivo em termos de emprego, mas novembro e dezembro devem manter a sazonalidade negativa. ?Há claros sinais de perda de dinamismo da indústria paulista?, ressaltou o empresário, lembrando que o aumento da oferta de crédito pessoal, grande alento à economia no ano passado, dá sinais de desaceleração, acompanhado do aumento do endividamento das famílias.

?O mercado interno não reagiu da forma que esperávamos no início do ano. Isso mostra que a roda da fortuna tem limites?, destacou, referindo-se à oferta de crédito.

Os dados do Ciesp mostram que é o interior do Estado de São Paulo que tem garantido, até agora, o crescimento de 2,68% de vagas no ano até agosto. A Grande São Paulo, ao contrário, tem registrado demissões praticamente ao longo de todo 2006 e acumula nos nove primeiros meses do ano uma queda de 0,50% no nível de emprego industrial, representado sobretudo por cortes nas indústrias de material de transportes, incluindo montadoras, metalúrgica e de material plástico.

O interior acumula, no mesmo período, uma alta de 5,07% na criação de vagas sobre o total de 2005, puxada pelo setor sucro-alcooleiro. ?Isso nos preocupa, porque a safra de cana termina agora em outubro e as demissões no setor vão acontecer, é característico?, disse o diretor do Ciesp.

Em termos percentuais, a regional do Ciesp de São José do Rio Preto teve o pior desempenho do mês, influenciada por metalurgia (-3,70%); produtos alimentares (-2,86%) e mobiliário (-0,92%). Em seguida veio Franca (-1,66%), afetada por calçados (-3%); artigos de borracha (-1,98%) e produtos alimentares (-0 61%).

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