Choque das commodities está “amainando”, diz Mantega

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o choque das matérias-primas (commodities) está “amainando”. De acordo com ele, os preços atingiram o seu máximo e, agora, já mostram sinais de desaceleração. “Claro que não posso afirmar que isso será permanente, mas é boa a probabilidade”, disse durante seminário “Desenvolvimento Econômico: Outro Quadro Internacional Novos Desafios”, realizado hoje pela revista Carta Capital, em São Paulo.

Ele deu como exemplo mais evidente a trajetória descendente do preço do petróleo. Além disso, comentou que os alimentos também vêm apresentando queda. “A inflação mundial nos atinge e some-se a isso o aquecimento da economia brasileira, que vem apresentando expansão superior a taxas históricas”, comentou. Para ele, estes dois pontos – inflação mundial e aquecimento doméstico – proporcionam um certo risco da difusão da inflação, que já existe por meio da alta das commodities. “Essa é uma preocupação nossa: impedir que haja uma difusão da alta dos preços”, afirmou.

Na avaliação do ministro, a demanda doméstica cresceu além dos limites da sustentabilidade da economia brasileira, encerrando 2007 com expansão de 7,1%, acima do Produto Interno Bruto (PIB) do período de 5,4%. “De fato, a demanda doméstica aqueceu um pouco além do desejado”, considerou.

Mantega insistiu na tese de que o principal vetor da inflação é o segmento de alimentos e bebidas, lembrando que até 2006 este grupo de produtos contribuiu para a baixa da inflação. “Isso é incontestável. Fica difícil, como alguns querem fazer, desmentir que o principal fator de alta da inflação brasileira são os alimentos.” Durante sua palestra, ele lembrou que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses até junho estava em 6,62%, enquanto a inflação dos alimentos no mesmo período acumulava elevação de 15,79%.

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