Cesta nutricional calculada pelo Ipardes diminui 2,2% em junho

A cesta nutricional do Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social) para pessoas residentes em Curitiba foi orçada em R$ 463,34 no mês de junho, registrando uma queda de 2,2 % frente a maio. No acumulado do ano (janeiro a junho) a cesta apresentou uma alta de 10,77%. Clima quente, superssafra na Índia e importação são alguns fatores que explicam a queda nos produtos mais consumidos.

A cesta do Ipardes é referência à população quanto aos preços de produtos balanceados que supram as necessidades nutricionais mínimas para uma família média (dois adultos, um adolescente e uma criança) no período de um mês.

Os produtos que apresentaram as maiores altas em junho foram: o leite em pó (16%) e o ovo (5,5 %). Por outro lado, as maiores quedas vieram da batata-inglesa (-35%), do repolho (-25%), da cenoura (-15%) e do açúcar-refinado (-15%).

O pesquisador do Ipardes, Francisco Castro, explica os fatores que motivaram as maiores oscilações de preços. Segundo o economista, as boas condições climáticas no estado do Paraná influenciaram na queda de preço dos produtos hortigranjeiros, como ocorreu com a batata inglesa, o repolho e a cenoura.

No caso da batata, destaque deste mês, a queda de 35% em seu preço foi ocasionada pelo aumento na oferta do tubérculo nesta época do ano. No mês de junho e julho tradicionalmente ocorre aumento da oferta por conta de sua sazonalidade ser favorável à colheita.

No caso do repolho – segunda maior queda no período -, as boas condições climáticas não só no Paraná, mas em estados como Minas Grais e São Paulo favoreceram o aumento da oferta do tubérculo, proporcionando o declínio de seu preço.

O leite pasteurizado, que vinha numa tendência de alta ao longo do período, apresentou queda, apesar de estar em período de entressafra, que geralmente aumenta o custo de sua produção.

“A tendência do aumento no preço do leite pode não ter se concretizado entre maio e junho por conta do excesso de estoque, pelo fato do país ter importado o produto do Uruguai e da Argentina, como também pela melhora da qualidade dos pastos, uma vez que, no início de 2010 ocorreu excesso de chuva, o que atrasou o plantio, assim antecipando os efeitos da entressafra desse ano, melhorando a qualidade das forragens”, completou Castro.

O açúcar refinado sofreu uma queda (14%) em seu preço em relação a maio deste ano. A série histórica de preços do produto vinha com um comportamento de alta ao longo do ano de 2009 e primeiro semestre de 2010, motivada pela quebra da safra na Índia, a oferta interna brasileira retraiu como resultado de uma demanda internacional maior pelo produto. Contudo, nesse início de segundo semestre, a Índia (maior produtor mundial de açúcar) está com uma safra superior às estimativas.

Ainda de acordo com Castro, “com preços baixos no mercado interno indiano e uma estimativa de super safra, as importadoras estão cancelando contratos de importação. Como o Brasil é o maior exportador de açúcar para a Índia, o excesso de oferta desse produto no mercado interno brasileiro está pressionando o preço interno para baixo”.

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