Dieese

Cesta básica registra alta de 1,09% em Curitiba

Apesar de um aumento de 1,09% na cesta básica em outubro, Curitiba ainda experimenta, no ano, uma queda de 5,58% no valor do conjunto de alimentos essenciais.

No último mês, os dois itens que mais sofreram aumento o açúcar, com 9,38% e o tomate, com 6,37% foram os mesmos em relação a setembro, quando subiram, respectivamente, 10,34% e 18,67%.

O item com maior redução também se repetiu face ao mês imediatamente anterior: foi o leite, que barateou 4,9%, depois de uma queda de 10,62% em setembro. Os números foram divulgados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Além do açúcar e do tomate, os outros itens que sofreram aumento em outubro foram a carne (2,26%), a batata (1,12%) e o óleo de soja (0,76%). O café (-1%), a farinha de trigo (-1,52%), o feijão (-1,59%), a banana (-1,84%) e a manteiga (-3,6%) foram os produtos que, assim como o leite, ficaram mais baratos. O arroz e o pão não sofreram alterações nos seus preços, segundo o Dieese.

Em 2009, o item que acumula a maior variação positiva é o açúcar, com 44,63% de aumento. Em seguida vem a batata, com 41,41% e o leite, que, mesmo com as recentes quedas nos preços, ainda acumula alta de 24,82% no ano.

As maiores reduções ocorreram no feijão (-46,77%), na farinha de trigo (-23,21%) e no arroz (-19,51%). A carne, que é o item com maior peso na cesta básica, barateou -7,38% de janeiro a outubro.

De acordo com o Dieese, o custo mínimo da ração alimentar essencial para uma família curitibana de um casal e duas crianças, foi de R$ 649,77 em outubro. O valor corresponde a 1,40 salário mínimo.

Para apenas um trabalhador, a alimentação, no mês passado, custou R$ 7,22 por dia, ou R$ 216,59. O valor corresponde a 46,58% do salário mínimo. Isso significa que, para se alimentar, o trabalhador que receba R$ 465 por mês precisa trabalhar 102 horas e 28 minutos de uma carga horária, estipulada em lei, de 220 horas mensais.

A variação de 1,09% em outubro, em Curitiba, é a terceira positiva seguida, vindo depois de altas de 2,3% em agosto e 1,32% em setembro. No entanto, fortes deflações registradas principalmente em julho (-3,19%) e março (-7,8%) continuam pesando para manter negativa, em 0,57%, a variação da cesta básica acumulada no ano.

Maioria

No último mês, 13 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese tiveram aumento na cesta básica, sendo Goiânia, com 9,2%, a que teve a maior variação. Com a pesquisa de outubro, o Dieese colocou Curitiba em uma posição intermediária entre as cidades pesquisadas, no que se refere ao valor total da cesta. A capital paranaense tem a nona posição tanto no ranking do total mais caro, como no do mais barato.

O conjunto de alimentos básicos mais caro do Brasil está, hoje, em Porto Alegre (R$ 248,29), seguida de São Paulo (R$ 230,03) e Florianópolis (R$ 226,37). Os mais baratos estão em Aracaju (R$ 168,15), Fortaleza (R$ 170,29) e João Pessoa (R$ 175,19).

Salário mínimo teria que ser de R$ 2.085,59 em outubro

Redação

Tomando como base a variação média da cesta básica no País no mês de outubro, os técnicos do Dieese estimaram que o salário mínimo ideal para cobrir as despesas de uma família com quatro pessoas – dois adultos e duas crianças – seria de R$ 2.085,59.

Um piso neste valor é o mínimo suficiente para suprir os gastos da família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

O valor do mínimo estimado equivale a 4,49 vezes o mínimo em vigor atualmente, de R$ 465,00. Em setembro, seu valor era estimado em R$ 2.065,47 ou 4,44 vezes o mínimo vigente, e em outubro do an,o passado correspondia a R$ 1.971,55, ou seja, a 4 75 vezes o piso, que era de R$ 415,00 na época.