Cenário otimista faz Bovespa subir 2,58%

A divulgação da ata do Copom, ontem, prevendo a possibilidade de corte nos juros a partir de setembro, animou o mercado financeiro brasileiro. A Bolsa de Valores de São Paulo fechou em alta de 2,58% -maior valorização em quase um mês -, ?ignorando? o depoimento do advogado Rogério Buratti, embora ele tenha reafirmado as denúncias contra o ministro Antônio Palocci (Fazenda). O dólar caiu 1,68% e terminou o dia a R$ 2,398 na venda.

?O mercado temia que fossem feitas novas denúncias ou apresentadas provas, o que não aconteceu?, afirmou André Kitahara, do RaboBank.

Buratti reafirmou à CPI dos Bingos que a empresa Leão Leão, da área de coleta de lixo, pagava R$ 50 mil por mês em propina em 2001 e 2002 à Prefeitura de Ribeirão Preto, administrada na época pelo ministro Antônio Palocci (Fazenda).

Juros

Na avaliação de Kitahara, o que mais pesou no mercado ontem foi a divulgação da ata do Copom (leia na página 28), que na interpretação da maioria dos analistas sinalizou queda dos juros a partir de setembro.

Apesar de o juro alto estimular a entrada de capital estrangeiro de curto prazo no país, depreciando o dólar e valorizando o real, o mercado entende que a redução da taxa é uma demonstração de que a política monetária surtiu o efeito esperado de convergir a inflação para a meta.

O corte da Selic é especialmente favorável aos investimentos em ações, já que estimula a migração das aplicações em reda fixa – que têm rendimentos atrelados aos juros – para a renda variável.

Para Zeina Latif, economista do HSBC Investment, o principal destaque da ata foi a retirada da frase em que sugeria manter a taxa básica (Selic) em 19,75% ao ano por um ?período suficientemente longo? para assegurar a convergência da inflação para a meta de 5,1% estabelecida para este ano.

Nos últimos três meses, essa frase esteve presente na ata, e a decisão do comitê foi pela manutenção dos juros.

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