Celular pré-pago é a atração do mercado

Eles somam cerca de 82 milhões de unidades em todo o País – o que corresponde a 80% do mercado nacional de celulares – e, em muitos lares, tomaram o lugar dos convencionais telefones fixos. São os aparelhos pré-pagos, que, apesar de apresentarem preços mais elevados – tanto os aparelhos em si, como as tarifas de ligação – continuam atraindo um grande número de consumidores.

 ?Para muitos, o pré-pago representa a ?porta de entrada? para a telefonia móvel. É o caso da criança ou do jovem que tem o primeiro celular. Depois, este cliente passa a ter renda e muda para outros tipos de planos?, analisou André Moreira Caio, diretor da Vivo no Paraná e em Santa Catarina. Para Caio, o celular pré-pago foi a grande alavanca para universalizar o serviço de telefonia no País. ?O pré-pago mais barato que temos custa R$ 79,00. Em muitos casos, o celular é o único telefone da casa?, afirmou, lembrando que são 102 milhões de aparelhos celular no Brasil para menos de 40 milhões de telefones fixos. Segundo dados da Vivo, entre 50% e 60% dos clientes de pré-pago são de baixa renda. ?O celular acabou desempenhando o papel de universalização que o (telefone) fixo não fez.?

Em uma escala de planos, Caio afirma que, do pré-pago, muitos clientes passam para um plano de controle até chegar a planos com ?altas minutagens e benefícios adicionais.? ?Tem gente que opta pelo pré porque é o mais adequado. Não significa, porém, que todo cliente pré fala pouco, pelo contrário?, observou.

Sem conta

Já para o gerente de marketing da TIM Regional Sul, José Doroteu Fabro, o cliente pré-pago não tem necessariamente característica de classe social mais baixa. ?Muitos optam pelo pré porque não querem ter o compromisso da conta no final do mês, não tem a ver com o poder aquisitivo. O jovem, por exemplo, costuma ser cliente do pré-pago porque o pai não quer levar um susto no final do mês?, apontou.

Na TIM, segundo Fabro, o cliente pré-pago gasta aproximadamente R$ 20,00 por mês, incluindo chamadas feitas e recebidas. ?Há uma pequena tendência de aumento nesse valor porque elevou muito a quantidade de gente que está falando. E reduzindo o preço (da tarifa), o consumo aumenta?, observou. Entre os clientes pós-pagos, a média de gasto mensal na TIM é R$ 34,40.

Para Fabro, a pessoa tem que buscar o plano que melhor se encaixa em seu perfil. ?Não queremos que os consumidores gastem mais. Pelo contrário. Se a pessoa estiver no plano correto, temos a melhor tarifa do mercado?, garantiu.

Controle

O reinado dos celulares pré-pagos pode estar ameaçado por outro tipo de plano: o controle, hoje oferecido por praticamente todas as operadoras. Trata-se de um plano híbrido, com valor mínimo de aproximadamente R$ 35,00 por mês – quando o gasto ultrapassa este valor, o aparelho é bloqueado e o consumidor precisa inserir créditos com cartão se quiser fazer novas ligações. ?Esse é um segmento que vem crescendo muito. Há muita gente do pré mudando para o controle?, comentou o diretor regional da Claro no Paraná e em Santa Catarina, Marcos Takahara. Segundo ele, na Claro a base de clientes cresceu 26% no primeiro trimestre desse ano na comparação com igual período do ano passado – a base do pré-pago aumentou 25% e o do pós, 34,4%. Atualmente, a proporção entre clientes pré e pós-pagos na Claro acompanha a média nacional: de 80% para pré e 20% para pós. ?Essa proporção pode até mudar no futuro, por conta do plano controle?, acredita. 

Estratégias para conquistar mais clientela

Com os preços dos aparelhos praticamente iguais em todas as lojas, assim como planos e tarifas, escolher a melhor operadora é uma tarefa difícil para os consumidores. As empresas de telefonia celular sabem disso e não poupam esforços para criar estratégias mirabolantes na tentativa de atrair cada vez mais clientes e manter os que já têm.

?A concorrência é o melhor negócio porque leva a empresa a se mexer, a ser mais competitiva?, apontou José Doroteu Fabro, da TIM Regional Sul. Nesse sentido, a operadora tem apostado em promoções como o de R$ 0,07 a ligação de TIM para TIM até o final do ano; o TIM Casa, pacote em que o cliente fala até 50 minutos por mês pelo custo de R$ 9,90 e bonificações nas recargas.

Na Vivo, segundo André Caio, a estratégia para o pré-pago está centrada nos canais de distribuição de recargas. ?Nossa preocupação é que haja maior acessibilidade a qualquer momento. E hoje temos milhares de pontos de recarga, até pelo próprio celular?, explicou. Outro ponto importante são os canais de venda dos aparelhos. ?As redes de varejo têm um papel importante porque conseguem atingir grande parte da população?, comentou. No primeiro trimestre de 2007, a Vivo registrou crescimento de 20,5% no volume financeiro das recargas, em relação ao mesmo período do ano passado. A operadora também vem investindo em cobertura e qualidade de rede.

A Claro, por sua vez, aposta as fichas em promoções como o minuto a R$ 0,06 de Claro para Claro com o mesmo DDD, o SMS a R$ 0,30, recargas através do próprio aparelho e bonificação para quem faz recargas. (LS)

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