Carro a álcool para alemães

Brasília

  – Na próxima semana, o presidente Fernando Henrique Cardoso e o primeiro ministro alemão, Gerard Schoereder, assinarão uma declaração conjunta por meio da qual a Volkswagen fará novos investimentos no Brasil para a produção de 100 mil carros a álcool nos próximos anos. Segundo o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sérgio Amaral, o acordo, que prevê investimentos alemães de R$ 100 milhões, reduzirá o preço dos veículos. Ele explicou que haverá um subsídio pelas empresas alemãs para algumas frotas, como a de taxistas, por exemplo, o que reduzirá o preço do carro em R$ 1 mil.

Segundo o ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, o acordo, que será firmado durante a reunião da Rio+10, em Johannesburgo, na África do Sul, atende ao Protocolo de Kyoto, assinado em 1997, pelo qual os países em desenvolvimento terão de reduzir a emissão de gases poluentes, num primeiro período fixado de 2008 a 2012.

Com os investimentos no Brasil para o desenvolvimento do carro a álcool, a Volkswagen receberá um certificado que dará à empresa o direito de abater um porcentual da meta de redução da emissão de gases poluentes. O ministro Lafer explicou que a declaração conjunta a ser assinada entre os dois países ajudará o desenvolvimento do Programa Brasileiro do Álcool (Proálcool), além de aumentar a geração de emprego e renda no Brasil.

O diretor-geral do Departamento de Meio Ambiente e Temas Especiais do Itamaraty, Everton Vargas, explicou que o governo alemão se beneficiará do acordo porque acabará tendo uma meta menor de redução da emissão de gases poluentes. Segundo ele, a redução da emissão de gases será calculada com base numa estimativa de quanto deixará de ser emitido de gás carbono em razão da produção dos 100 mil carros a álcool.

De acordo com Amaral, a assinatura desse documento será uma experiência piloto em relação ao Protocolo de Kyoto e que um acordo semelhante está sendo estudado com a Inglaterra. “Os países com dificuldades em se ater aos parâmetros de Kyoto podem capturar créditos para extrapolar essa meta”, explicou Amaral.

O ministro ainda lembrou que o governo promoveu a redução da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para estimular a venda dos carros a álcool. As negociações com o setor sucroalcooleiro estão avançando no sentido de se obter do setor uma garantia de abastecimento do mercado.

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