Carne pressiona a inflação em Curitiba

A Região Metropolitana de Curitiba ficou na quarta posição no ranking do Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A variação da RMC atingiu 0,40%, enquanto o índice nacional registrou alta de 0,31%. O levantamento foi realizado entre os dias 14 de agosto e 13 de setembro, e é considerado uma prévia do IPCA, a inflação oficial usada pelo governo para balisar a meta anual.

De acordo com os dados de setembro, a exemplo do que ocorreu no país, o item Alimentação e Bebidas, devido ao peso que tem dentro da pesquisa (representa 21,3%), foi o principal responsável pelo aumento do índice, com uma alta de 0,34% contra 0,30% do país.

Dentro desse grupo, o preço das carnes forçou a elevação do índice, tanto que somente esse subitem apresentou 2,93% de alta, sendo que a costela teve uma elevação de 6,97%, seguida pelo acém, com 3,98% e o contrafilé que, na RMC, subiu 3,88% segundo o IPCA-15. Tais itens têm impacto direto na formação do índice deste mês, uma vez que a Alimentação no Domicílio responde por 13,9% do total avaliado.

Os especialistas apontam o descompasso entre demanda e oferta como o fator principal de pressão na alta dos preços. E a tendência é que isso aumente até o final do ano.

Na outra ponta da pesquisa, na RMC, o percentual correspondente a Habitação foi negativo, caiu 0,03% em setembro, taxa próxima da paridade, mas que tem um peso de 14,1% na composição do indicador da Grande Curitiba.

Dentre os índices regionais, o maior foi o de Goiânia, alta de 0,48%, onde a gasolina variou 3,47% e os alimentos subiram 0,83%. O menor foi o de Recife, -0,29%, em virtude, principalmente, da queda de 0,87% nos preços dos alimentos.

Interrupção

A variação positiva de 0,31% no IPCA-15 brasileiro de setembro pôs fim a trajetória de taxas levemente negativas. Em julho, o IPCA-15 ficou em – 0,09% e no mês passado, o índice aumentou ligeiramente para -0,05%. O salto para 0,31% em setembro foi ocasionado porque quase todos os grupos analisados registraram alta.

Entretanto, o IPCA-E (IPCA-15 acumulado nos meses de julho, agosto e setembro) foi de 0,17%, bem abaixo do resultado do mesmo período em 2009, quando se atingiu 0,64%. Já o IPCA-15 acumulado no ano ficou em 3,53%, acima do índice de 2009, que foi de 3,15%.

Para o cálculo do índice, são analisadas as famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG), Recife (PE), São Paulo (SP), Belém (PA), Fortaleza (CE), Salvador (BA) e Curitiba (PR, além de Brasília e o município de Goiânia (GO). A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços.