Capacitação para empresários familiares

No Brasil, 85% das empresas são familiares. Destas, apenas 6% chegam à quarta geração. Esses dados, levantados pelo Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em 2005, apontam o perfil do empreendedorismo no país, indicando a importância destas instituições para a economia nacional, mas também mostram a dificuldade que tais empresas têm em sobreviver por um longo período de tempo,  devido às particularidades a que estão sujeitas, pelo simples fato de os sócios, acionistas e gestores serem parentes. Com o objetivo de auxiliar os inúmeros paranaenses que se dedicam a essa atividade, o Instituto Superior de Administração e Economia da Fundação Getúlio Vargas (Isae/FGV), em Curitiba, está lançando o Curso de Extensão em Gestão de Empresas Familiares.

O coordenador do curso, Eduardo Tirapelle, explicou que a cultura da empresa familiar não é exclusividade do Brasil, países como Estados Unidos e Itália têm mais de 90% de suas empresas nesse perfil. Para ele, é natural que as pessoas busquem montar negócios com pessoas próximas e de confiança, o que evidencia os parentes. ?A principal diferença entre as familiares e as demais empresas são os vínculos extra-profissionais. A confusão entre o patrimônio e a gestão da empresa e da família é que acaba dificultando o crescimento dessas empresas?, comentou.

Eduardo, que não acredita que para se consolidar a empresa precise se desvincular da família, disse que o grande desafio dessas empresas é sobreviver à troca de gerações, tanto que, pelos dados do Sebrae, 46% sobrevivem à primeira geração, 26% à segunda e 6% à terceira. ?Uma empresa é fundada a partir de um sonho do fundador, que muitas vezes não consegue transmiti-lo a seus filhos e, muito menos, aos netos. Assim, com o passar dos anos, a empresa vira um consórcio de primos com interesses e ideais completamente diferentes. E eles não são culpados, pois têm de assumir a empresa sem nem ser consultados, se essa é sua vontade?, explicou. ?Costumo dizer que eles nascem com ?algemas de ouro?, pois estão numa situação privilegiada, com o futuro encaminhado, mas, muitas vezes, presos a essa situação contra vontade?, concluiu.

No curso, os professores da FGV vão preparar os alunos para compreender o contexto em que as empresas estão inseridas, os aspectos jurídicos envolvidos e as questões estratégicas e humanas de uma empresa familiar. ?Queremos transformar nossos alunos em famílias empresárias, para ajudá-las a crescer de forma a comportar o crescimento natural da família?, disse Tirapelle. O curso começa dia 18. Informações sobre inscrição podem ser obtidas pelo fone 0800 6452211.

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