Apicultura

Campo Largo investe na produção de mel orgânico

O município de Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) é conhecido em todo o Estado como a capital da cerâmica. Agora, a cidade também quer ser reconhecida pelo mel orgânico.

A Secretaria de Agricultura municipal está fazendo reuniões para ampliar a exploração econômica desse produto e planeja criar uma associação entre os apicultores a fim de fortalecer a atividade.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do ano de 2007, Campo Largo ocupa apenas a 17.ª colocação num ranking das localidades que produzem mel. Atualmente, toda a produção de mel orgânico é voltada para exportação.

O assessor da secretaria de agricultura de Campo Largo, Lino Petry, explica que o objetivo desses encontros é interagir mais com o apicultor campolarguense. “Estamos nos reunindo para conhecer o potencial que esse mercado traz para o município. O mel orgânico produzido aqui é exportado, principalmente, para os países da Europa. Porém, queremos ampliar esses negócios e fazer também que o mel de Campo Largo seja consumido no Brasil. Já estamos buscando certificação de inspeção federal para que nosso produto seja comercializado normalmente em todo País”, revela.

Para o assessor, o fato de fazer com que os apicultores se reúnam em uma associação, vai levá-los a patamares de maior expressão dentro do Estado. “Queremos que nossa produção anual, que gira em torno de 200 a 250 toneladas por ano, cresça mais. Estamos contando com o apoio de instituições como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (Sebrae) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Estado do Paraná (Senar/PR) para nos orientar na criação dessa associação. Além disso, buscamos alternativas para garantir e melhorar ainda mais a qualidade do mel de Campo Largo”, afirma.

Visitas

As reuniões com os produtores de mel e própolis do município não devem parar. A meta, de acordo com o assessor, é de visitar as regiões que concentram os apicultores e levar com essa ideia.

“A primeira reunião foi com o pessoal que mora na região do Bateias. Tivemos um bom número de participantes e todos se mostraram empolgados com o interesse em expandir os negócios por meio dessa associação. O próximo local do encontro será com os apicultores que moram na região de São Silvestre”, garante.

Além disso, Petry diz que a maioria desses apicultores são pequenos produtores e que um incentivo pode melhorar a renda dos trabalhadores. “Visamos dar uma opção a mais para eles. Queremos que eles obtenham um bom lucro com essa atividade”, finaliza.

Iniciativa é apoiada

O apicultor Edilson Gelasko é um dos produtores que apoiam a iniciativa da Secretaria de Agricultura de Campo Largo. Para ele, organizar o setor em uma associação é a chave para se buscar novos mercados e melhores preços de venda.

“Se a associação for criada, creio que daremos um grande salto na produção e poderemos nos tornar referência dentro do estado. Estou certo que assim que for criada, nós poderemos colher os frutos dessa associação em um curto espaço de tempo”, avalia.

Gelasko conta que os produtores têm interesse em ver seu mel sendo consumido no Brasil e uma das saídas apontadas pelo apicultor é o de inserir o mel na merenda escolar de Campo Largo.

“Para iniciar esse consumo dentro do nosso País, gostaríamos que nossas crianças pudessem consumir esse produto. Além da ,qualidade, o mel é um produto muito saudável. Nós queremos levantar a necessidade de ampliar o consumo”, informa.

Gelasko conta que, apesar da ligeira queda da produção esse ano, a apicultura é uma atividade lucrativa. Contudo, ele faz uma ressalva. “Nós temos sorte porque Campo Largo tem um bom potencial para seguir com essa atividade. Entretanto, para se tornar um apicultor, é necessário um certo investimento e, principalmente, conhecimento na hora de manusear com as abelhas”, revela. Para Gelasko, o apicultor desempenha um papel importante não apenas no aspecto econômico, mas também no ecológico.

“Existe uma frase atribuída ao cientista Albert Einstein que diz que se as abelhas sumirem da face da Terra, em cinco anos os humanos também morreriam. Elas são responsáveis por 90% das polinizações do mundo. Nós ajudamos a preservar as abelhas pois preservamos o ecossistema. Assim, existe a garantia de que elas façam o seu trabalho”, garante.

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