Câmbio e juro não dependem de um gestor, diz Pimentel

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, afirmou hoje que os comportamentos das taxas de câmbio e juros não dependem da vontade de um só gestor, apesar de ter afirmado em seu discurso de posse que há uma guerra cambial no mundo e que o ministério fará sua parte para evitar que isso prossiga. “A ideia é que nós trabalharemos todos os ministérios afinados. Não vai haver um coro desafinado”, garantiu.

De acordo com o ministro, a presidente Dilma Rousseff foi incisiva em relação à coordenação no governo. Pimentel relatou que a presidente determinou que os ministros façam “tudo sempre acertado entre todos”. Pimentel disse ainda que a coordenação da equipe econômica ficará a cargo do ministro da Fazenda, Guido Mantega. “Ele é que falará sobre câmbio e juros”, afirmou.

O ministro do Desenvolvimento disse que é preciso encontrar caminhos para a economia brasileira sem que se altere o modelo de câmbio flutuante, uma das pernas do tripé econômico, ao lado de política fiscal e sistema de metas de inflação. “Temos que encontrar em outros instrumentos de política econômica formas de compensar desonerações setoriais”, disse.

Para o ministro, desonerações em setores mais sensíveis podem compensar a valorização do real em relação ao dólar. “Temos dificuldades setoriais relacionadas com o câmbio, mas antes de ser nomeado, conversava com lideranças do setor produtivo e vamos adotar medidas necessárias para incentivar nossa indústria”, afirmou. Pimentel ressaltou, porém, que não há outro caminho para a indústria brasileira a não ser aumentar a produtividade. “Desoneração não resolve problema de longo prazo.”

Camex

O novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, garantiu que a Câmara de Comércio Exterior (Camex) continuará sediada no ministério. Durante o governo de transição, foi cogitada a mudança do conselho de ministros para a pasta da Casa Civil. “A Camex vai continuar sendo um instrumento muito importante para o afinamento do governo, para que a equipe fale a mesma língua”, disse.

Segundo Pimentel, a presidente Dilma Rousseff deve chamar os ministros que compõem o conselho para uma conversa antes da primeira reunião da Camex, prevista para o fim de janeiro.

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