Calor faz consumo de energia aumentar

O consumo nacional de energia atingiu 33.718 gigawatts-hora (GWh) em janeiro, uma alta de 9,1% em relação ao mesmo período do ano passado. As informações constam da Resenha Mensal do Mercado de Energia Elétrica, distribuída hoje pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Houve alta significativa em todas as classes de consumo e, segundo a EPE, o calor e a baixa base de comparação com janeiro de 2009, em meio à crise, explicam os dados.

O consumo industrial, por exemplo, teve alta de 13,2% em janeiro, sendo responsável por 5,2 pontos porcentuais na taxa nacional. Neste caso específico, a baixa base de comparação foi destacada pelos técnicos da EPE. Já as classes de consumo residencial e comercial tiveram crescimento de 7,5% e 8,7%, respectivamente, devido às altas temperaturas no mês de janeiro.

De acordo com a EPE, a diferença de temperatura neste início de 2010 superou os 2,0º C em cidades como Rio, Vitória e Curitiba. No Espírito Santo e no Rio, houve alta de 16,1% e 15,8%, respectivamente, no consumo residencial de energia. A taxa de crescimento nacional nesta classe de consumo foi a maior já registrada para um mês de janeiro.

“Com a aquisição de aparelhos de refrigeração pela população e, principalmente, pela intensificação no uso dos mesmos, o consumo médio das residências brasileiras anotou o valor de 165 kWh em janeiro, o maior desde o racionamento de 2001-2002, indicando aumento de 3,8% ante janeiro de 2009”, destacou o texto.

Segundo a resenha, o maior crescimento no consumo industrial se deu nos Estados que apresentaram maior retração no período de crise: Espírito Santo (com alta de 95% no consumo de janeiro), Minas Gerais (25,4%), Bahia (19,6%) e Rio Grande do Sul (30,7%). No Espírito Santo, destacou o texto, “praticamente todas as usinas de pelotização” encontravam-se desligadas em janeiro de 2009.

No acumulado de 12 meses, o consumo de energia permanece em queda, de 0,1%. A resenha detalha ainda a evolução do consumo no mercado livre, que teve alta de 15,7% em janeiro e queda de 7,6% no acumulado de 12 meses.