Brasília – O Brasil retomou ontem as importações de carne bovina desossada e maturada do Paraguai, informou o diretor do Departamento de Defesa Animal do Ministério da Agricultura, João Cavallero. As importações estavam suspensas desde julho deste ano, quando foi registrado um foco de febre aftosa no Departamento de Bóqueron, no Paraguai a cerca de 450 quilômetros da fronteira com o Mato Grosso do Sul.
O Brasil definiu levantar o embargo depois que técnicos brasileiros constatam, em análise in loco, que o Paraguai cumpriu três requisitos: abateu os animais doentes, isolou a região do foco e definiu calendário de vacinação similar ao praticado no Circuito Pecuário Centro-Oeste brasileiro. Todos os bovinos do Paraguai serão vacinados nos meses de maio e novembro. A missão brasileira voltou ao Brasil no domingo, dia 28. “Em termos sanitários, o Paraguai avançou muito desde julho. O Brasil é um dos principais compradores de carne bovina do Paraguai”, completou.
Com rebanho bovino estimado em cerca de 9 milhões de cabeças, o Paraguai exporta anualmente cerca de 30 mil toneladas de carne bovina para o Brasil. Apesar de reconhecer o esforço sanitário dos paraguaios, o governo brasileiro mantém suspensas as importações de bovinos em pé e de carne com osso. “Só depois que o Paraguai for reconhecido internacionalmente como área livre de febre aftosa com vacinação é que avaliaremos a possibilidade de liberar as importações de animais vivos e de carne com osso”, afirmou Cavallero, lembrando que essas compras estão suspensas desde agosto de 2002.
Não há prazo para o reconhecimento. Também para elaborar análise qualitativa, técnicos brasileiros visitaram, nesta semana, a Argentina. Em 5 de setembro, o Brasil suspendeu as compras de carne maturada e desossada argentina, depois que foi confirmada a ocorrência de um foco de febre aftosa na província de Salta, localizada ao norte daquele país. Os técnicos voltarão ao Brasil no sábado.
Comitiva
O governador Roberto Requião recebeu ontem a comitiva de empresários e representantes do governo do Paraguai que permaneceram dois dias no Paraná para rodadas de negócios e visita às empresas locais. A relação natural de integração entre o Paraná e o Paraguai deve, a partir destes encontros, se tornar ainda mais próxima e próspera.
A rodada de negócios somou quase 120 reuniões no primeiro dia de encontros da comitiva paraguaia com o empresariado do Paraná. Alguns negócios foram concretizados, como é o caso do contrato feito pelo presidente da União dos Industriais da Cana e do Álcool do Paraguai, Cesar Rodriguez, para a importação de cachaça de Morretes, no valor de U$ 560 mil.