Brasil sacará US$ 9 bi no FMI

Brasília – O Brasil vai sacar a nova parcela que tem direito no acordo com Fundo Monetário Internacional (FMI) no valor de cerca de US$ 9,3 bilhões, anunciou ontem o ministro da Fazenda, Antônio Palocci. Ao chegar para encontro nacional de deputados estaduais do PT, em Brasília, o ministro disse que tinha recebido a informação de que o FMI aprovou a terceira revisão do acordo, e que o País iria dispor dos recursos liberados para engrossar suas reversas.

“O FMI aprovou a terceira revisão do acordo com o Brasil com um texto muito positivo de avaliação da economia brasileira”, afirmou Palocci. “O Brasil não é obrigado a sacar, mas esse empréstimo do Fundo tem sido importante para estabilizar o processo macroeconômico do País”, complementou. O acordo do Brasil com o FMI, que vence em setembro, prevê a liberação de US$ 30 bilhões. Desse total, o Brasil já sacou cerca de US$ 10 bilhões. “Nós vamos, dia após dia, tomando as medidas adequadas, pondo ordem na casa, alongando o perfil da nossa dívida, controlando a inflação e tomando as medidas que permitem o Brasil crescer”, comentou o ministro.

Prazo e críticas

Palocci disse ainda que o governo vai continuar buscando mercado para atrair recursos de longo prazo: “quem dizia que os recursos que vinham para o Brasil era de muito curto prazo dizia a verdade. Mas agora já pode dizer que os recursos estão vindo também no longo prazo.”

O ministro também rebateu as críticas que apontam uma desaceleração da economia brasileira. “Nós não estamos em recessão”, garantiu o ministro. Mas Palocci admitiu que o setor produtivo, em especial o comércio, tem tido “dificuldades reais” nas vendas internas. “Mas é porque nós fazemos um ajuste depois de uma crise de grandes proporções. É nesse sentido que acreditamos que as forças reais da economia no Brasil vão dar condições para marcharmos para o crescimento sustentável”, ponderou. Por outro lado, segundo ele, há “um desempenho extraordinário” em alguns setores da economia, como o de agronegócio e de exportação.

O ministro disse que as críticas feitas na quinta-feira pelos integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social fazem parte do debate democrático. “Nunca reagi negativamente à crítica, principalmente a crítica de bom senso, que procura sempre buscar caminhos novos para o Brasil. Acredito, como não sou analista nem consultor e nem jornalista, não posso comentar tudo o que se fala. O importante é que a política econômica do governo caminha de maneira segura”, assegurou Palocci.

Segundo ele, estão sendo tomadas medidas nas áreas macroeconômica, comércio exterior e política externa. “Isso tudo nos dá otimismo e a possibilidade de acreditar que o Brasil está no caminho certo.”

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