Brasil preparado para portabilidade

A partir de março do próximo ano, de acordo com a resolução 460 da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), começa a valer no Brasil a portabilidade numérica dentro da telefonia celular. Com isso, os números de celulares irão passar a pertencer aos clientes e não mais às empresas de telefonia, que já começam a adotar medidas para se adaptar à mudança.

Ontem, o assunto foi tema de um encontro do comitê de telecomunicações da Amcham-Curitiba (Câmara Americana de Comércio). Segundo um dos participantes do evento, o engenheiro em telecomunicações da Embratel (Empresa Brasileira de Telecomunicações) Adílson Pogan, já em dezembro deste ano será feita uma implantação prévia da portabilidade em algumas regiões brasileiras. No Paraná, isto deve ser realizado na região de Londrina.

?A implantação prévia servirá para que as empresas possam prever os impactos da portabilidade. Em função da mudança, elas já estão na fase de implantação de equipamentos e testes em rede. A portabilidade deve exigir um investimento alto por parte das operadoras de telefonia celular. Porém, o valor deve variar bastante de empresa para empresa, assim como o tempo de retorno do dinheiro investido?, comenta.

As empresas também já começam a se preparar comercialmente para a mudança. Isto implica em uma análise das oportunidades e ameaças que a implantação da portabilidade deve trazer. ?Com o vigor da portabilidade, as empresas poderão buscar clientes de outras operadoras. Porém, também terão suas próprias carteiras de clientes ameaçadas. Isto deve aumentar a competitividade dentro do setor de telefonia celular, gerando ganhos aos clientes.?

De acordo com Adílson, a portabilidade foi adotada pela primeira vez em 1997, em Singapura. Hoje, ela já vigora na comunidade européia, nos Estados Unidos, África do Sul, Canadá, entre uma série de outros países. No Brasil, as discussões relativas ao assunto começaram há cerca de cinco anos. Entretanto, a complexidade da rede fez com que as mesmas tivessem que ser amadurecidas antes de se decidir pela implantação.

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