Brasil espera Bush “flexível” sobre subsídios agrícolas

O governo brasileiro está na expectativa de que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, aproveite a reunião que terá nesta segunda-feira (24) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Nova York, para sinalizar com a flexibilização da redução dos subsídios agrícolas, dando um passo para destravar a Rodada Doha. "Tenho notado uma aparente flexibilização da posição norte-americana e eu acho que será um dos pontos (na reunião de Bush com Lula) confirmar que há esta flexibilidade", disse o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, depois de se reunir com o presidente Lula. A Rodada Doha será o tema dominante da conversa dos dois presidentes.

"Tenho ouvido algumas declarações positivas dos Estados Unidos, embora de vez em quando haja uma dúvida", prosseguiu o ministro. Amorim disse ainda que, no encontro dos dois presidentes, acertado por solicitação do presidente norte-americano, o governo brasileiro "vai tentar confirmar estas declarações". Para o ministro "isso será fundamental para concluir a rodada Doha". Segundo Amorim, na conversa com Bush, Lula vai dizer que "nós estamos dispostos a negociar e que, evidentemente, os países em desenvolvimento necessitam de algum tipo de flexibilidade". E acrescentou que o presidente Lula vai ressaltar que "esta é uma negociação que tem de envolver todos os países".

Questionado se esperava que Bush anunciasse para Lula alguma decisão em relação à redução de subsídios a seus produtos agrícolas, o ministro Amorim declarou: "se eles vão anunciar para nós, se eles vão nos dar o privilégio de anunciar para ele (presidente Lula), eu não posso dizer. Isso é uma negociação. Mas, eu tenho notado uma aparente flexibilização da posição norte-americana e eu acho que será um dos pontos, confirmar que há esta flexibilidade, embora os presidentes não vão se deter aos números específicos".

Amorim disse que acha que será possível chegar a alguma conclusão em relação às negociações dos subsídios agrícolas para beneficiar os países mais pobres. "O presidente Lula está pessoalmente engajado nisso e falou várias vezes com Gordon Brown (primeiro ministro do Reino Unido), vai falar isso com Bush, certamente será um assunto com a chanceler Ângela Merkel (da Alemanha) e nós temos a expectativa de que possamos sinalizar isso agora", declarou Celso Amorim.

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