Brasil e México podem dobrar comércio até 2010, diz Jorge

O Brasil e o México devem dobrar sua corrente de comércio até 2010, que atingiu US$ 5,7 bilhões no ano passado, disse nesta sexta-feira (20) o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Miguel Jorge, durante encontro de empresários dos dois países e o secretário de Economia mexicano, Eduardo Sojo, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Segundo Jorge, a expectativa de ampliação dos negócios entre os dois países é viável. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitará o México em 6 de agosto. "São enormes as oportunidades de negócios entre os dois países e quem tem o dever de incentivá-las são os empresários brasileiros e mexicanos, que estão reunidos hoje e se encontrarão novamente no México, no início de agosto, junto com a missão do presidente Lula. Além de aprofundar os acordos existentes poderemos até abrir outros", afirmou Jorge.

Ele ressaltou que a corrente comercial entre os países está focada principalmente no setor automotivo, mas que essa participação poderia ser distribuída a outros tipos de produtos. Hoje ocorrem encontros entre empresários dos dois países dos setores químico, automotivo, elétrico e eletrônico, têxtil e de saúde.

Jorge afirmou que o México pode servir de plataforma para a entrada dos produtos brasileiros no Estados Unidos. "As empresas brasileiras poderiam investir mais no México, já que há uma disparidade no processo de investimentos", argumentou, sobre os investimentos brasileiros no país, que são de apenas US$ 700 milhões, muito abaixo dos recursos mexicanos enviados ao Brasil que atingem US$ 15 bilhões.

"São oportunidades que nossos empresários não estão levando em conta. Uma das prioridades do ministério, quando falamos na internacionalização das empresas brasileiras, é exatamente pra isso. Que elas possam buscar essas oportunidades de usar países que têm acordos preferenciais como plataformas de nossas exportações", afirmou o ministro, destacando que o México tem tarifas de preferência zero para entrar no mercado norte-americano. "Nós temos que fazer esses acordos e procurar estes caminhos.

O secretário de Economia do México também diz acreditar na possibilidade da ampliação dos acordos existentes atualmente. "Há muitas oportunidades que não estão sendo aproveitadas. O comércio entre os países foi duplicado nos últimos anos e pode-se duplicar ainda mais nos próximos", disse Sojo, ressaltando que os acordos existentes são "muito limitados, ainda mais por se tratar das duas maiores economias da América Latina".

As exportações brasileiras para o México, no ano passado, foram de US$ 4,4 bilhões, o que representou 3,2% das vendas globais, enquanto as importações atingiram US$ 1,3 bilhão, não superando 1,4% das compras externas. As vendas estão concentradas em produtos manufaturados, que, no período de 2003 a 2005, representaram 87,5% das exportações. Já as vendas mexicanas ao Brasil também estão concentradas em produtos manufaturados, com um total de 85%.

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