Brasil cumpre com folga meta de superávit com FMI

O setor público consolidado (União, estados, municípios e empresas estatais) registrou em maio um superávit primário (dinheiro economizado para pagar juros) de R$ 5,839 bilhões. Com isso, a meta fiscal acertada com o FMI (Fundo Monetário Internacional) para o primeiro semestre do ano foi cumprida com folga.

No acumulado dos cinco primeiros meses deste ano, o setor público acumulou um superávit primário nas suas contas de R$ 38,268 bilhões, o equivalente a 5,87% do PIB (Produto Interno Bruto) do período. A meta do governo brasileiro com o FMI previa uma economia de R$ 32,6 bilhões de janeiro a junho deste ano.

O superávit primário é o resultado das receitas menos as despesas sem incluir os gastos com juros. Na verdade, é o que o país economiza para pagar os juros nominais. A meta para todo este ano é economizar 4,25% do PIB (Produto Interno Bruto). No ano passado, o país economizou 4,37%.

Composição do superávit

Em maio, o governo central (governo federal, Previdência e Banco Central) contribuiu com um superávit primário de R$ 4,692 bilhões para o resultado consolidado, enquanto os governos regionais fizeram uma economia de R$ 1,881 bilhão e as empresas estatais tiveram um déficit primário de R$ 735 milhões.

No acumulado do ano, a economia de R$ 38,268 bilhões foi resultado de um superávit primário de R$ 30,232 bilhões do governo central e de R$ 8,501 bilhões dos governos regionais. Até o mês de abril, as contas das empresas estatais estavam superavitárias em R$ 269 milhões. No entanto, com o déficit de R$ 735 milhões registrado em maio, no acumulado do ano, o resultado passou a ser deficitário em R$ 466 milhões.

Gasto com juros

Os gastos com juros do setor público (União, estados, municípios e empresas estatais) somaram R$ 10,682 bilhões em maio, segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central. Nos cinco primeiros meses deste ano, as diversas esferas de governo do país já tiveram despesas com juros da dívida pública de R$ 51,942 bilhões.

A dívida líquida do setor público alcançou no mês passado R$ 946,669 bilhões. Devido à alta remuneração que os papéis dessa dívida oferecem aos investidores, o Brasil tem gastado a cada mês uma média de R$ 10 bilhões com juros.

Por isso, a economia feita para conter o crescimento da dívida, conhecida como superávit primário, não tem sido suficiente. O setor público registrou um déficit nominal (receitas menos despesas) de R$ 4,844 bilhões em maio e de R$ 13,674 bilhões nos cinco primeiros meses deste ano (o equivalente a 2,10% do PIB).

Apesar de negativo, o resultado ainda é bem melhor do que o verificado no mesmo período de 2003, quando o déficit nominal acumulado chegou a R$ 28,332 bilhões (4,77% do PIB).

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