Brasil cai na preferência de investidores externos

Londres 

– O Brasil despencou do terceiro para o décimo-terceiro lugar no “Índice de Confiança do Investimento Direto Estrangeiro “, um conceituado levantamento realizado pela consultoria norte-americana AT Kearney. Executivos das mil maiores empresas do mundo são entrevistados para a elaboração do estudo, que serve como uma referência para se prever o comportamento dos fluxos de investimentos globais. Essa é a primeira vez desde junho de 1998 – quando o estudo começou a ser realizado – que o Brasil não está entre os quatro primeiros do ranking de confiança. A China lidera o ranking de 2002, sendo seguida pelos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e França. O México ocupa a nona posição, a mesma do levantamento anterior.

A consultoria salientou que a confiança dos investidores no Brasil sofreu uma séria reversão desde o ano passado. Apenas 14% dos entrevistados fizeram uma avaliação positiva sobre a economia brasileira, a metade do registrado em 2001. Os investidores europeus foram aqueles que mostraram a maior queda de confiança nos mercados brasileiros em relação ao ano passado. Os investidores canadenses demonstraram um sentimento semelhante aos dos britânicos. Já entre os investidores norte-americanos, a possibilidade de investir no Brasil caiu 25% em relação a 2001. Os executivos estrangeiros do setor de serviços financeiros reduziram pela metade as suas intenções de investimento no Brasil.

Apenas 5% indicaram uma perspectiva mais positiva para o País ante os 30% do levantamento de 2001.

“Mercosul está morto”

Segundo a AT Kearney, as negociações de acordos comerciais foram apontadas pelos executivos como um fator decisivo para futuros investimentos na América Latina. A maioria deles citou a conclusão do Acordo de Livre Comércio para as Américas (Alca) como um ingrediente fundamental para aumentar a atratividade da região.

“Mas para a desvantagem da América Latina, a esperança com a conclusão da Alca caiu diante da crise argentina e a preocupação dos investidores com o Brasil, levando alguns inclusive a afirmar que o Mercosul está morto”, disse a consultoria. Apenas 30% dos executivos citam o Mercosul como um acordo comercial capaz de aumentar a atratividade da América Latina.

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