Bovespa recua após abertura sob influência do exterior

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu o dia em baixa, influenciada pela aversão ao risco, que predomina nos mercados internacionais. A escalada das preocupações com a solvência fiscal da Grécia inibe os negócios em todo o mundo. No Brasil, os dados sobre o comércio varejista também trazem um pouco de pressão. Às 10h19 (horário de Brasília), o índice Bovespa (Ibovespa) recuava 0,28%, para 63.293 pontos.

Em mais um capítulo da novela europeia, o Parlamento da Alemanha aprovou hoje uma possível nova ajuda à Grécia, contanto que os detentores de bônus privados e o Fundo Monetário Internacional (FMI) assumam responsabilidade parcial por qualquer novo socorro financeiro. A moção, contudo, ainda está longe de sinalizar uma solução definitiva para a crise das dívidas soberanas na Europa. Os líderes europeus precisam chegar a um acordo até o dia 20 deste mês, quando ocorre o encontro da União Europeia.

Na Ásia, os números da balança comercial chinesa surpreenderam, ao revelarem enfraquecimento das exportações, ao mesmo tempo em que sugeriram uma aceleração da demanda doméstica. Por um lado, as importações cresceram 28,4% em maio ante o mesmo mês do ano passado, acelerando-se fortemente em relação à alta anual verificada em abril (21,8%) e ficando acima da estimativa de economistas (22%). De outro lado, as exportações avançaram 19,4%, também em base anual, um crescimento menor que o registrado em abril (29,9%) e abaixo das expectativas dos economistas (20,4%).

Em relatório, a equipe de analistas do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, capitaneada por Octavio de Barros, avalia que, de forma geral, o desempenho comercial na China “confirma o arrefecimento da atividade econômica mundial e minimiza, parcialmente, as preocupações de uma desaceleração mais forte da economia chinesa”.

No Brasil, a demanda começou a dar os primeiros sinais de arrefecimento, o que pode pesar sobre as ações ligadas ao consumo doméstico. As vendas do comércio varejista caíram 0,2% em abril ante março, na série com ajuste sazonal. O resultado ficou dentro do intervalo das estimativas dos economistas, que esperavam um desempenho entre uma queda de 1,40% e uma expansão de 0,80%, mas ficou abaixo da mediana projetada, de 0,30%. Até abril, as vendas do setor acumulam altas de 7,6% no ano e de 9,5% nos últimos 12 meses.

O setor petrolífero também estará no foco, após a Petrobras anunciar ontem novas descobertas no Golfo do México e no Espírito Santo. A estatal petrolífera destacou que o volume recuperável estimado nas águas próximas aos EUA é superior a 700 milhões de barris de óleo equivalente no conjunto dos blocos de Keathley Canyon, o que configuraria uma das maiores descobertas realizadas no Golfo do México na última década.

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