Bolsa foi o melhor investimento do trimestre

O mercado de ações foi o melhor investimento no primeiro trimestre do ano, com alta de 13,44% do Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa). Depois da Bolsa, o melhor rendimento ficou com o ouro (alta de 4,40% no período), seguido pelos Fundos de Investimento de Renda Fixa – baseada na taxa básica de juros, Selic – que subiram 4,14% em média. Já os ?micos? ficaram com as moedas estrangeiras. O dólar caiu 7,19% no mercado comercial e 9,99% no paralelo, enquanto o euro comercial desvalorizou 4,92% de janeiro a março. Os dados foram repassados pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças no Paraná (Ibef-PR).

Para o vice-presidente do instituto, Nelson Luiz de Oliveira, os indicadores são de que não haverá mudanças capazes de mudar a tendência já verificada no primeiro trimestre. ?Daqui para frente, não há qualquer risco aparente que possa modificar esta tendência. O dólar deve permanecer nestes patamares, a inflação sob controle e a bolsa deve continuar subindo?, apontou o vice-presidente. ?Não há sinais de que possa haver um desequilíbrio que atinja o Brasil.?

Segundo Oliveira, as melhores ações no primeiro trimestre foram da Petrobras, Vale do Rio Doce e algumas de telefonia. Ele alertou, porém, sobre os riscos de se investir em ações. ?O mercado está muito volátil. Há bastante dinheiro entrando na Bolsa, e as ações vêm subindo muito. O problema é que quando a ação sobe demais, ela é colocada à venda e o preço pode cair?, ponderou. ?É um excelente negócio a médio e longo prazo, mas tem que se tomar cuidado para não entrar no vácuo e ser prejudicado.?

A opinião é compartilhada pelo consultor de investimentos Sérgio Martenetz, da SM Consultoria. ?Sempre é bom lembrar que a Bolsa é um ativo de risco, de renda variável. Portanto, as pessoas não devem encarar o rendimento como uma certeza?, alertou Martenetz. Segundo ele, a tendência é que nesse trimestre (abril a junho) o mercado de ações continue liderando. ?Pelos indicadores, a Bolsa deve ter uma performance muito boa?, afirmou.

?O interessante seria não se desfazer de suas aplicações em Bolsa, mas adotar a velha máxima de diversificar?, aconselhou o vice-presidente do Ibef-PR. ?Deixar em Bolsa o que não vai usar em curto prazo e em renda fixa para o que for usado no curto prazo. É uma maneira inclusive de preservar a liquidez em tempo de crise?, acrescentou.

Ano eleitoral

Com relação às eleições que acontecem em outubro, a expectativa é que o reflexo sobre o mercado seja relativamente pequeno. ?Quanto mais próxima a data da eleição e dependendo da maneira como será conduzido o processo, com escândalos ou não, maior a volatilidade do mercado?, afirmou o vice-presidente do Ibef-PR. Ele não acredita, porém, em grandes oscilações. ?Até agora, conseguiu-se separar a crise política do mercado financeiro?, apontou. Um exemplo foi a recente saída de Antônio Palocci do Ministério da Fazenda e a entrada de Guido Mantega. ?O mercado só sentiu dois dias, mas já retomou a força na seqüência?, comentou.

Já o consultor Sérgio Martenetz aposta em queda da taxa de juros nos próximos meses, mas não de forma abrupta. ?O Banco Central não vai se arriscar em fazer uma queda rápida nos juros e com isso comprometer as contas públicas?, afirmou. O mercado aposta que a Taxa Selic encerra o ano em 14%. Para Martenetz, o dólar também pode sofrer uma pequena reação ao longo de 2006. ?Mas nada substancial. A maioria dos analistas aposta que o dólar fecha o ano em R$ 2,25, no máximo R$ 2,30?, arrematou.

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