Biocombustível como alternativa energética

Com um saldo de 9 seminários, 16 painéis, 73 trabalhos científicos apresentados e a participação de 65 painelistas, foi encerrada ontem, em Londrina, a primeira Conferência Internacional de Agroenergia-Conae que discutiu os rumos da pesquisa e da produção de combustíveis renováveis no Brasil. Nos últimos três dias, mais de 800 pessoas, entre especialistas, pesquisadores, empresários e estudantes, participaram do evento, que teve como objetivo central traçar um panorama do setor de biocombustíveis no País.

De acordo com o presidente da comissão organizadora da Conae, Décio Gazzoni, pesquisador da Embrapa Soja e membro da comissão técnica de elaboração do Plano Nacional de Agroenergia, as conclusões levantadas na conferência deverão servir como base para a organização da plataforma de pesquisa da recém-criada Embrapa Agroenergia. ?Na próxima semana, os pesquisadores da entidade deverão se debruçar sobre os temas discutidos, avaliar as idéias apresentadas, e começar a dividir as ações que deverão ser implantadas?, avalia.

Para o especialista, ficou clara a necessidade de se investir massivamente em pesquisas para o segmento, já que a agroenergia é uma oportunidade ímpar para o setor de agronegócios. Segundo Gazzoni, as questões que não têm relação direta com pesquisas, como logística e a produção agrícola, serão encaminhadas para as câmaras setoriais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Para Dionízio Gazziero, presidente da Federação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná, entidade que promoveu o evento em parceria com a Associação dos Engenheiros Agrônomos de Londrina, o Brasil é o País com maior capacidade climática e física para se tornar um líder em agroenergia. ?O nosso desafio é saber como aproveitar esta oportunidade. Mais que uma questão de negócios, o desenvolvimento de fontes de energia renovável é também uma responsabilidade social?, complementa.

De fato, somente no Brasil já existem mais de 200 espécies catalogadas de oleaginosas com potencial de extração de óleo para a produção de biodiesel.

O Brasil também é líder no mercado de etanol. Em 2006, o País exportou 3,3 bilhões de litros de etanol, quase 20% da produção nacional de álcool, movimentando 5,8 bilhões de dólares no Brasil no ano passado. Para o presidente da organização, a Conae possibilitou que os pesquisadores tivessem uma dimensão mais real do potencial de negócios que a agroenergia propicia. ?A demanda por energia renovável deve crescer de maneira tão espantosa que, com os investimentos atuais em pesquisas, a gente duvida que algum país seja capaz de atendê-la. Para que o Brasil possa atender a esta demanda, será preciso investir ainda mais em tecnologia, pesquisa e em produção agrícola?, reitera Gazziero. 

Voltar ao topo