BCE: plano de reforma da Grécia vai na direção certa

O Banco Central Europeu (BCE) está “confiante” de que a Grécia tomará todas as medidas necessárias para reduzir o déficit orçamentário a um nível sustentável, de acordo com o presidente da instituição, Jean-Claude Trichet. Após a reunião mensal do conselho do BCE, Trichet afirmou que as medidas de redução do déficit orçamentário apresentadas pela Grécia em um relatório enviado à Comissão Europeia representavam “passos na direção certa”. Entre as provisões, ele destacou os planos do governo grego para elevar impostos sobre derivados de petróleo, para congelar os salários do setor público e para reformar o sistema de pensões.

“A estratégia é crucial para um crescimento sustentável e para a criação de empregos na Grécia”, disse Trichet. Ele reiterou a necessidade de os países integrantes da União Europeia seguirem o Pacto de Estabilidade e Crescimento do bloco, segundo o qual o déficit orçamentário de um Estado-membro não pode ultrapassar 3% de seu respectivo Produto Interno Bruto (PIB).

Trichet afirmou que seus comentários não são nenhuma novidade, mas refletem a necessidade de os integrantes da zona do euro concentrarem os esforços na implementação de princípios sólidos subjacentes à criação da moeda única. “Quando você divide uma moeda com os outros, a contrapartida é que você precisa se comportar adequadamente”, acrescentou. Os comentários do presidente do BCE ocorrem duas semanas após um aumento na preocupação dos mercados internacionais com a capacidade dos países-membros da zona do euro de reduzir os déficits orçamentários. O euro caiu ao menor nível em oito meses em relação ao dólar durante esse período, enquanto o yield de títulos de países com uma situação fiscal delicada, como a Grécia, subiu acentuadamente.

Trichet, no entanto, ressaltou que o déficit orçamentário consolidado da zona do euro, equivalente a 6% do PIB do bloco, é menor do que números análogos de outros países desenvolvidos. Ele citou estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI) segundo as quais os déficits dos EUA e do Japão provavelmente superarão 10% do PIB neste ano. “De forma geral, estamos numa situação semelhante a de outros países industrializados, mas não podemos ser complacentes”, disse Trichet. “A política fiscal pode ser onerosa para a política monetária”, avaliou, acrescentando que os governos precisam transmitir confiança ao anunciar como arrumarão as finanças públicas. As informações são da Dow Jones.

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