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Banco de projetos de infraestrutura é prioridade da nova gestão da Fiep

O novo presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo, defende a adoção de um piso cambial para proteger a competitividade da indústria e a criação de um banco de projetos para alavancar as obras de infraestrutura, que permitam ao Estado receber novos investimentos. As prioridades da nova diretoria, que toma posse nesta sexta-feira, às 19h30, em Curitiba, foram detalhadas em entrevista coletiva concedida na tarde desta quinta-feira.

Segundo Campagnolo, um aporte financeiro entre R$ 600 milhões e R$ 800 milhões garantiriam a operacionalização do banco. Capitalizado, esse montante renderia mais R$ 18 bilhões de recursos, para o financiamento de projetos de infraestrutura. “O projeto já está pronto, resta agora sensibilizar principalmente o governo federal, de onde virá o maior volume de recursos, sobre o papel estratégico desse banco”, afirma.

De acordo com o novo presidente, há muitos grupos empresariais do exterior querendo investir em rodovias, aeroportos, entre outros modais. “É isso que vai viabilizar a interiorização dos investimentos que estão vindo para o Estado. A falta de um aeroporto regional no Sudoeste, por exemplo, é determinante na decisão de se investir lá, pois dependendo do segmento é impraticável enfrentar mais de 500 quilômetros de estrada para escoar a mercadoria”, exemplificou.

A atração de investimentos para as diferentes regiões do Paraná está alinhada aos objetivos do governo estadual e da própria Fiep que, depois de 67 anos, volta a ter um presidente do interior, nascido em Francisco Beltrão, mas que escolheu Capanema para desenvolver seu negócio, a Rocamp, fábrica do setor vestuário.

Ainda sobre as relações da Fiep com o governo estadual, o novo dirigente contou que já falou com o governador Beto Richa e disse que a disputa pela presidência da entidade já foi superada, referindo-se à derrota do secretário da Indústria e Comércio, Ricardo Barros, na disputa pelo comando da Fiep. Campagnolo afirmou que ele e Richa vão trabalhar para o desenvolvimento industrial do Estado.

Piso cambial

A proposta de fixar um limite para a desvalorização do dólar frente ao real é apontada como uma forma da indústria se proteger diante da queda de braço entre inflação e interesses do setor. “A porta do Brasil está escancarada para os manufaturados de fora e a nossa indústria está sendo prejudicada violentamente, a ponto da desindustrialização liquidar com alguns setores”, avaliou o novo presidente da Fiep. “O governo baixa o câmbio para forçar a redução da inflação e aí acaba com a competividade da indústria, que já tem que lidar com o custo Brasil”, apontou o empresário Rodrigo da Rocha Loures, que passa o bastão da Fiep nesta sexta-feira. Ele assume o cargo de delegado representante da Fiep junto ao Conselho da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Loures reconhece que a reforma tributária não sairá em 2011 e opina que vai depender muito mais da mobilização da sociedade civil. “Também é importante ter em mente que a reforma tributária depende da fiscal, pois se não existir contenção dos gastos do governo, não tem como rever a arrecadação”, ressaltou. Dentro desse espírito, é que Loures e Campagnolo apostam em iniciativas da Fiep como o movimento A Sombra do Imposto e o Feirão de Impostos (em parceria com a Associação Comercial do Paraná). “O próximo passo é alinhar todos esses movimentos para conseguirmos avanços”, destacou Campagnolo, que idealizou a campanha A Sombra do Imposto.