Big brother bancário

Banco Central intervém no Cruzeiro do Sul por irregularidades

O Banco Central (BC) anunciou nesta segunda-feira que assumiu temporariamente a gestão do Banco Cruzeiro do Sul, de São Paulo, após constatar o descumprimento de normas financeiras e problemas em seus ativos.
O BC esclareceu em comunicado que o Cruzeiro do Sul ficará sob o chamado Regime de Administração Especial Temporária por 180 dias. O regime permite ao BC substituir os dirigentes do banco por um conselho de diretores para “corrigir procedimentos operacionais e eliminar deficiências que possam comprometer o funcionamento da instituição”, segundo o comunicado.

A medida impede que os controladores e os executivos que administravam o Cruzeiro do Sul façam negócios com seus bens provisoriamente. A decisão foi adotada perante a verificação do “descumprimento de normas aplicáveis ao sistema financeiro” e da “falta de subsistência em itens do ativo”, esclareceu o órgão. Segundo a entidade, a intervenção não afeta o andamento dos negócios da instituição, que pode abrir suas portas normalmente e realizar todas as operações autorizadas.

“Dessa forma, o vencimento tanto dos compromissos de terceiros com a instituição como de suas dívidas mantém o prazo contratado”, acrescenta a nota. Segundo o Banco Central, o Cruzeiro do Sul é uma “instituição financeira de pequeno porte” que, em dezembro do ano passado, contava com ativos que representavam apenas 0,22% do total dos ativos do sistema financeiro e 0,35% do total dos depósitos no Brasil.

O Cruzeiro do Sul, que está autorizado a operar como banco comercial, como banco de investimentos e como instituição de câmbio, tem suas operações concentradas em duas agências em São Paulo e no Rio de Janeiro, apesar de possuir outras seis em Campinas, Salvador, Recife, Belém, Macapá e Palmas. A intervenção também se estende às subsidiárias do banco, como Cruzeiro do Sul Holding Financeira S.A., Cruzeiro do Sul S.A. Corretora de Valores e Mercadorias, Cruzeiro do Sul DTVM e Cruzeiro do Sul S.A. Companhia Securitizadora de Créditos Financeiros.

O organismo acrescentou que adotará as medidas necessárias para esclarecer a responsabilidade das irregularidades detectadas. Os resultados das investigações podem gerar medidas punitivas de caráter administrativo e serão informados às autoridades responsáveis, conclui a nota.