Bancários levam proposta de reajuste salarial de 25%

O presidente do Bradesco e da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), Márcio Cypriano, disse ontem que o setor é “apenas o sexto em retorno de lucros para o investidor”, ficando atrás de áreas como siderurgia e alimentação. Ele fez esta afirmação após receber dos representantes dos bancários a minuta de reivindicações da categoria, que tem data-base em setembro.

A principal reivindicação dos trabalhadores é o reajuste salarial de 25%, composto pela reposição da inflação do último ano, projetada em 6,22% até setembro pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), e aumento real de 17,68%. “É complicado negociar levando em conta apenas um ano de rentabilidade, como querem os sindicalistas, até porque também temos de remunerar os acionistas”, argumentou Cypriano. A primeira rodada de negociações está marcada para terça-feira.

Ele lembrou que os bancários já possuem o programa de Participação nos Lucros e Resultados (PLR). “Isso já rendeu aos trabalhadores R$ 1,5 bilhão extra no ano passado”, disse. Já os sindicalistas alegam que o montante do PLR pago pelos bancos é inferior ao feito por outras empresas do mesmo porte. “É um pagamento irrisório”, contestou Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

Marcolino disse que mais um argumento para que o setor aceite a reivindicação da categoria é a elevação do lucro das 11 maiores instituições financeiras do País em dez anos. De acordo com dados do sindicato, o lucro deste grupo saltou de R$ 1,3 bilhão em 1994 para R$ 13 bilhões no ano passado. “Por isso, este setor deveria ser a primeira fonte de emprego e melhora de renda no Brasil.”

Jornada

Outra reivindicação da categoria é a redução da jornada de trabalho de 6 para 5 horas diárias, com simultâneo aumento do horário de funcionamento das agências para o público, o que criaria 160 mil vagas, segundo estimativas da Confederação Nacional dos Bancários (CNB). Hoje, são 370 mil bancários no País.

A categoria pretende negociar também que o piso do escriturário seja o salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 1.522,01), que auxílio-refeição atinja R$ 14,58 (hoje é de R$ 11,36) e a cesta alimentação suba para R$ 250 (hoje está em R$ 200).

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