INSATISFAÇÃO

Bancários da Grande Curitiba aprovam indicativo de greve

Os bancários da Grande Curitiba rejeitaram a proposta de reajuste salarial de 7,8%, feita pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e aprovaram indicativo de greve por tempo indeterminado a partir de terça-feira (27). A decisão foi tomada em assembleia na noite desta quinta-feira (22), seguindo a orientação do Comando Nacional dos Bancários, formado pelos representantes dos sindicatos de todo o País que estão negociando a convenção coletiva com os bancários.

Bancários de Apucarana, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Guarapuava, Londrina e Toledo também aprovaram indicativo de greve.

A categoria pede 12,8% de aumento nos vencimentos e alega que a proposta dos patrões representa um ganho real de apenas 0,37%. Como uma nova rodada de negociações com a Fenaban está marcada para as 14h desta sexta-feira (23), em São Paulo, os trabalhadores estão na expectativa de que saia uma proposta melhor para ser apreciada em assembleias por todo o País na próxima segunda-feira (26).

Caso não avancem as tratativas, os bancários devem confirmar nestas reuniões a deflagração da greve geral a partir da zero hora de terça-feira (27). Ano passado a greve dos bancários durou 15 dias e resultou em um reajuste de 7,5% para uma inflação de 4,29%. A paralisação mais longa da categoria ocorreu em 2004: 28 dias.

“Existe uma insatisfação muito grande dos trabalhadores, até porque o sistema financeiro, com ou sem crise, tem faturado bilhões”, aponta o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, Otávio Dias. “Esperamos que até o dia 26 haja uma disposição dos bancos em apresentar uma melhora substancial da proposta para ser apreciada com outra visão pelos trabalhadores”, completa o presidente da Federação dos Bancários do Paraná (Feeb-PR) e do Sindicato dos Bancários de Cascavel, Gladir Basso.

Além das cláusulas econômicas, como piso salarial de R$ 2.297,51 e melhoria na distribuição de lucros, os trabalhadores do setor pedem cláusulas que gerem empregos, estanquem demissões, acabem com assédio moral e metas abusivas, melhorem a segurança das agências e tomem medidas para cuidar da saúde dos funcionários. “Os bancos tiveram um lucro líquido de R$ 27,4 bilhões nos seis primeiros meses do ano. Isso mostra que eles têm capacidade de gerar mais empregos, atender melhor a população e acabar com as filas”, avalia Basso.

Para ele, “há uma fraude provocada pelos bancos ao transferir serviços de intermediação bancária para os correspondentes, como lotéricas, bancos postais, bancos populares e Caixa Aqui”. Por isso, os bancários pedem que estes estabelecimentos sejam obrigados a instalar os mesmos mecanismos de segurança adotados pelos bancos, como biombos, por exemplo, para frear o alto número de assaltos e mortes registrado no País dentro e nas imediações das agências.