Baixa taxa de ocupação preocupa setor hoteleiro

Equacionar a grande oferta de leitos em Curitiba com a baixa taxa de ocupação é um dos desafios que o novo presidente da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira no Paraná (Abih-PR), Henrique Lenz César Filho, tem pela frente. Amanhã, ele apresenta a nova diretoria, gestão 2004 a 2006, durante almoço no Clube Curitibano. De acordo com Lenz, uma das metas da nova gestão é congregar os hoteleiros, receber os problema de cada um e defender o setor de problemas que o cercam, entre eles a pesada carga tributária e a baixa ocupação de leitos.

De acordo com o novo presidente da Abih-PR, a taxa de ocupação caiu muito em Curitiba: de 60% a 70%, há quase cinco anos, para aproximadamente 40%, hoje. “A política econômica brasileira achatou o poder aquisitivo do turista. Além disso, Curitiba quase não tem tráfego de turistas estrangeiros; cerca de 90% do fluxo é formado por brasileiros, ao contrário do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, por exemplo”, afirma Lenz. Segundo ele, “o número desenfreado de hotéis” que abriram em Curitiba nos últimos anos também prejudicou aqueles que já estavam aqui instalados. “Há muita oferta para pouca demanda”, diz. O número de leitos em Curitiba, afirma Lenz, saltou de quase 6 mil, cinco anos atrás, para mais de 16 mil. “O número de leitos já era suficiente, mas agora a oferta cresceu muito.”

A vinda de grandes redes de bandeira nacional a Curitiba foi um dos fatores que fez com que a oferta praticamente triplicasse. “A hotelaria de Curitiba apresenta hoje uma briga de preços muito grande. As redes não querem perder hóspedes e investem para fazer concorrência entre elas mesmas”, diz. Para ele, uma das maneiras de tentar reverter a baixa ocupação é ?vender? Curitiba como destino para congressos, feiras, convenções e eventos em geral. “Curitiba tem que vender o turismo de negócios, que é aquele que gera impostos, divisas, movimenta o comércio”, diz Lenz.

Para o presidente da Abih-PR, não é apenas Curitiba que está inchada de hotéis. Londrina e Foz do Iguaçu, segundo ele, também têm hotéis “suficientes para os próximos oito anos”. “Se alguém vier pedir o meu conselho sobre construir um hotel em Curitiba, vou mostrar o mercado como está hoje. Se a pessoa tem uma reserva financeira para construir, que seja em um lugar que possa trazer resultados, como em Maceió, Salvador, Manaus, capitais que apresentam um potencial turístico muito grande.”

Questão tributária

A pesada carga tributária é outra reclamação do setor hoteleiro. De acordo com Lenz, as obrigações tributárias comprometem quase 70% dos gastos dos hotéis. “São impostos cavalares, a começar pelo IPTU”, critica. Segundo Lenz, dos 30% que restam, quase 10% vão para a manutenção do estabelecimento. “Tem que investir ainda em mídia, promotores de venda, entre outros. A máquina hoteleira é muito dispendiosa”, afirma Lenz, acrescentando que o setor exige ainda qualificação. “Hoje tem que estar preparado, qualificado, entender do assunto, senão acaba quebrando”, sentencia.

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