Azul descarta “choque de preços” na aviação

O presidente da Azul Linhas Aéreas, Pedro Janot, afastou um “grande choque de preços” no mercado de aviação em virtude da alta no petróleo e do reajuste do querosene de aviação, mas não descartou reajustes nas tarifas se persistir o cenário de aumentos no combustível.

“O petróleo representa até 40% dos custos das companhias, a situação no Oriente não tem definição clara e, em determinado momento, as companhias vão ser obrigadas a repassar isso para os clientes”, disse. “Nos dá uma ansiedade grande esses preços no patamar de US$ 97 (dólares/barril)”, completou Janot.

Com a alta do petróleo no mercado internacional em virtude das crises políticas em países produtores do Norte da África e do Oriente Médio, o querosene de aviação (QAV) teve um reajuste acumulado de 16% somente em 2011. Na terça-feira (1.º), a Petrobras comunicou um novo aumento, de 6,2%, segundo informou o Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea).

Apesar de não revelar números, Janot garantiu que a Azul tem operações de hedge para proteger a volatilidade do mercado. “Entendemos que (o hedge) nos protege e que um grande choque de preços no mercado, neste momento, está afastado”, reafirmou o executivo. Ele participou, em Ribeirão Preto (SP), da cerimônia do início das operações da companhia na cidade paulista, com cinco voos diários para Viracopos, em Campinas (SP).

Janot descartou ainda operações de capitalização da companhia no curto prazo, tanto por meio de captações ou por uma oferta pública de ações (IPO, da sigla, em inglês). “O investidores estão satisfeitos com resultado. Por enquanto, a Azul está capitalizada e bem estruturada na parte de tesouraria”, afirmou

O presidente da Azul informou que a taxa de ocupação da companhia ficou em torno de 82% dos assentos em fevereiro, acima dos 80% que a empresa aérea mantém como meta estratégica. Além de Ribeirão Preto, cuja rota deve transportar 260 mil passageiros por ano, a Azul iniciará, em 14 de abril, novas rotas, a partir de Viracopos, para Uberaba (MG) e Araçatuba (SP) A empresa negocia ainda voos para as cidades paulistas de Presidente Prudente, Marília e Franca, sempre a partir do aeroporto de Campinas.

Essas rotas curtas serão operadas por aeronaves ATR 200, substituídas a partir de novembro, pelas ATR 600. A Azul já encomendou 40 aviões do novo modelo, por US$ 850 milhões. A companhia espera ainda outras 11 aeronaves da família 190 da Embraer. Em 2011, a Azul espera voar para 40 cidades, ter 44 aeronaves e transportar 6 milhões de passageiros.