Avicultura contra leilões de milho

Os produtores avícolas do Paraná estão iniciando uma mobilização para impedir que o governo federal realize leilões de compra de milho no estado do Paraná para abastecer outras regiões do Brasil. Esta semana o governo divulgou que pretende comprar 90 mil toneladas de milho no Paraná para distribuir a outros estados.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins, explica que inicialmente os produtores estão enviando correspondência ao Ministro da Agricultura, Pratini de Moraes, desestimulando a realização da operação. Por outro lado, os avicultores estão iniciando contatos com a bancada política estadual e federal do Estado com o objetivo de ampliar conseguir adesões contra a proposta.

Martins justifica o posicionamento dos avicultores pelo fato de informações do Departamento de Economia Rural da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná (Seab/Deral) apontarem que o Paraná conta com apenas 700 mil toneladas de milho em seus estoques, o que segundo os técnicos da instituição, serão suficientes apenas para garantir o abastecimento no Estado até o início da colheita da próxima safra. “Esta intervenção será extremamente prejudicial aos produtores locais, que já vêm arcando com as conseqüências da falta de uma política agrícola adequada para garantir o abastecimento de milho para a pequena e média agroindústria, pois vai causar mais pressão sobre os preços hoje praticados.”, diz.

Importação

Para Martins, o melhor caminho para abastecer outras regiões brasileiras que carecem do cereal é a importação, uma vez que os preços praticados nelas são idênticos aos do no mercado internacional, entre R$ 30 e R$ 32, o que viabiliza a realização destas compras.

Martins destaca que a compra de milho no Paraná desestabilizaria o mercado local, que hoje pratica preços médios de R$ 25 a R$ 26, 275% superiores aos praticados no ano passado.

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