Atraso de salário provoca protesto

Cerca de 600 trabalhadores de uma indústria de pisos, em Curitiba, alegam estar passando necessidades devido à inadimplência da empresa. De acordo com o Sindicato dos Oficiais Marceneiros e Trabalhadores nas Indústrias de Serrarias e Móveis do Paraná (Sompar), a Trevo Pisos não pagou os últimos salários de dezembro e 13.º, e ainda não recolhe o FGTS nem paga férias dos funcionários há pelo menos um ano. Ontem, os empregados dispensados se reuniram em frente à sede na BR-116, no Pinheirinho, para, segundo eles, ?chamar a atenção de alguém para esta situação complicada?.

Como explica o presidente do Sompar, João Maria Viana, desde o último dia 12 a categoria está mobilizada para tentar encontrar uma solução para os funcionários da Trevo. ?A empresa está em recuperação judicial (prévia à falência). Por isso, eles foram mandando os funcionários embora, sem pagar sequer a rescisão. Nessa situação, sem receber nada a que têm direito, estão mais de 600 funcionários. O pessoal está passando fome. Não podem ficar parados?, afirma Viana.

Delfino Santos, de 50 anos, é diretor suplente do sindicato, mas mesmo assim foi dispensado da empresa no dia 18 de dezembro. Ainda sem emprego, ele não sabe o que fazer. ?Nós saímos e eles não pagaram férias que deviam, nem 13.º. Tem gente que já foi dispensada há um ano e até hoje não recebeu. Quando trabalhávamos eles atrasavam os salários, mas pagavam. Porém, de um ano para cá eles cortaram o adiantamento e só foi piorando. Faz pelo menos sete anos que eles não vêm depositando o FGTS. É uma situação muito difícil?, diz ele.

Segundo Delfino, foram mais de 600 funcionários dispensados. Outros cerca de 30 empregados estão trabalhando em um barracão terceirizado da Trevo, em São José dos Pinhais. Algumas pessoas que ainda estavam trabalhando na sede em Curitiba também já foram mandadas para casa. ?A nossa intenção é fazer uma outra manifestação em frente à empresa na sexta-feira e, na próxima segunda queremos nos mobilizar e ir até o barracão de São José. Não podemos cruzar os braços?, afirma.

Alegando estar em período de férias coletivas, nenhum representante da Trevo Pisos foi encontrado para comentar a situação levantada pelo Sompar.

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