Ativo ambiental faz do Paraná alvo do mercado

A tradição na área de reflorestamento e o desenvolvimento de projetos na geração de energia alternativa fazem do Paraná um forte candidato a liderar o processo de seqüestro de carbono no País. A afirmação é do secretário de Políticas Estratégicas e Desenvolvimento Científico do Ministério da Ciência e Tecnologia, Jorge Guimarães, que na noite de quinta-feira participou de um debate com empresários sobre a realidade e as oportunidades do mercado de créditos de carbono no Brasil. Durante um seminário realizado pelo Centro de Estudos Jurídico-Empresariais (Cieje), Guimarães disse que o ativo ambiental paranaense (reflorestamento, energia eólica, biodisel, biomassa e energia limpa) pode se transformar em uma grande fonte de riqueza econômica e de preservação.

Contudo, para que isso acontece de fato, é preciso que governo e iniciativa privada se preparem e invistam no setor. Primeiro, explica, o secretário, o empresário precisa entender o funcionamento do mecanismo de créditos de carbono, instituído pelo Protocolo de Quioto, que já foi ratificado por mais de 100 países, mas ainda depende da adesão da Rússia para ser colocado em prática. Depois, é preciso ousadia para se antecipar à regulamentação do processo e iniciar os trabalhos visando esse mercado futuro. Segundo Guimarães, o governo estuda a possibilidade de utilizar recursos do Fundo de Agropecuária, que este ano disponibiliza R$ 30 milhões, para financiar projetos nesse setor.

Nesse sentido, ele explica que os negócios já vêm acontecendo, independente da ratificação final do protocolo, o que deve acontecer até o final deste ano. Destacou, que a Holanda já vem financiando projetos – adquirindo antecipadamente esses créditos – em vários países do mundo, inclusive no Brasil. Disse, que para a Holanda é uma questão de sobrevivência investir nesses projetos, como forma de reduzir a emissão de gás carbônico (CO2) na atmosfera. Com o Protocolo de Quioto, os países que seqüestram carbono a partir de projetos ambientais, poderão vender créditos para os países poluidores, que vão precisar compensar a emissão de gases poluidores.

Para o empresário e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Joésio Siqueira, da STCP Engenharia de Projetos Ambientais, para ter vantagem competitiva quando o negócio se tornar oficial, é preciso se antecipar. Joésio também deu uma dica, lembrando que a recuperação da Mata Atlântica pode ser um dos grandes negócios para o Paraná dentro do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que prevê o seqüestro de carbono, como forma de reduzir a emissão de CO2.

Biodiesel

Outro assunto em pauta durante o seminário foi o biodiesel, que começa a ganhar destaque em todo o País com projetos desenvolvidos tanto pela iniciativa privada como pelo poder público. O Paraná, onde estão sendo realizadas experiências nesse sentido, também pode ser um modelo nacional nesse nova tecnologia.

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