Atividade industrial acelera em novembro na China

A atividade industrial da China se expandiu em novembro em um ritmo mais acelerado que em outubro, enquanto os preços dos insumos tiveram forte aumento, de acordo com dois indicadores divulgados hoje. Os números intensificam a preocupação de que possíveis medidas de aperto monetário sejam necessárias para amenizar a alta da inflação na China

O Índice dos Gerentes de Compra (PMI, na sigla em inglês) da China aumentou para 55,2 em novembro, de 54,7 em outubro, informou a Federação de Logística e Compra da China (CFLP, na sigla em inglês), que emite o indicador juntamente com o Escritório Nacional de Estatísticas. Este é o nível mais alto do índice desde abril. Outro medidor da atividade industrial nacional, o Índice dos Gerentes de Compras Industriais do HSBC China, subiu para 55,3 em novembro, de 54,8 em outubro, disse o HSBC Holdings. A leitura foi a maior desde março.

“Isso fornece mais evidências de que as pressões inflacionárias são desconfortavelmente vigorosas e reforçará a argumentação em defesa de nova e mais urgente normalização da política monetária para manter a inflação sob controle”, disse o economista Brian Jackson, do Royal Bank of Canada. Os consultados pela pesquisa do HSBC relataram falta de matérias-primas e gargalos nos canais de fornecimento, o que pode indicar mais pressões inflacionárias no curto prazo, acrescentou Jackson.

Uma leitura do PMI acima de 50 indica expansão da atividade industrial, ao passo que a leitura abaixo desse nível sinaliza contração. No PMI da Federação de Logística e Compra, o subíndice de preços dos insumos aumentou de 65,9 em outubro para 73,5 em novembro, mostrando que as pressões inflacionárias continuam a aumentar. O HSBC não informa o detalhamento de seus subíndices, mas disse em comunicado que tanto os preços dos insumos como os da produção subiram a “taxas substanciais e aceleradas”. O índice de preços da produção, em particular, indicou “uma taxa substancial de inflação que foi a mais acelerada desde o início da série, em 2004”.

O economista-chefe do HSBC para a China, Hongbin Qu, afirmou esperar que Pequim “aumente seus esforços de aperto quantitativo”, referindo-se aos limites governamentais sobre os empréstimos bancários e à elevação do depósito compulsório. Ele previu que a China aumentará as taxas de juros de referência em mais 0,25 ponto porcentual “nos próximos meses”.

Pequim adotou uma série de medidas de contenção depois que a inflação ao consumidor atingiu 4,4% ao ano em outubro, o maior índice em dois anos. No mesmo mês, o banco central elevou as taxas de juros pela primeira vez em quase três anos e, em novembro, aumentou duas vezes o depósito compulsório dos bancos. O governo chinês adotou também uma série de medidas administrativas para controlar os preços de itens básicos, como produtos alimentícios. As informações são da Dow Jones.

Voltar ao topo