Assis: redução da banda da meta é sinal que BC vai seguir elevando juros

A redução da banda da meta de inflação de 2 para 1,5 ponto porcentual a partir de 2017, como anunciou nesta noite de quinta-feira, 25, o Conselho Monetário Nacional (CMN), reforça o compromisso do Banco Central (BC) com o combate à inflação a qualquer custo. A avaliação é do ex-diretor de Política Monetária do BC Luís Eduardo Assis.

É também, segundo ele, um sinal de que o Comitê de Política Monetária (Copom) vai continuar a aumentar a taxa básica de juros, a Selic. No entanto, de acordo com o economista, esta política de elevação de juros para combater a inflação a qualquer custo vai sair muito caro para o País. “Vai nos custar outra recessão econômica e uma crise política”, previu o ex-diretor do BC.

Na avaliação de Assis, esta política de juros altos, reforçada pela decisão do CMN de reduzir a banda da meta, é incompatível com as correlações de forças políticas que apoiam o atual governo. “Vamos ter em 2015 o pior ano dos últimos 25 anos e isso não é bom para qualquer que seja o projeto político”, alertou o economista.

Assis não enxerga para o ano que vem outra consequência a não ser uma nova crise econômica se o BC insistir em jogar a inflação, que neste ano será de 9%, para 4,5% em 2016. “Teremos outra recessão e isso é incompatível com o plano político”, disse.

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