Argentina assina acordo para troca de dívida

O governo da Argentina deu a largada oficial para a troca de uma parte da dívida que vencerá nos próximos quatro anos. A presidente Cristina Kirchner assinou, na noite de quinta-feira (17), o contrato com os diretores dos bancos Deutsche Bank, Citibank e Barclays para a troca dos papéis denominados empréstimos garantidos (“préstamos garantizados”), cuja maioria se encontra em mãos de bancos e fundos de pensão locais, segundo anúncio do chefe de Gabinete da Presidência, Sergio Massa, durante entrevista na Casa Rosada, sede do Executivo.

Segundo ele, a operação será realizada em duas linhas até 2011. Por ano, o Estado pagará entre US$ 1,8 bilhões e US$ 2,5 bilhões. Massa ressaltou, no entanto, que os pagamentos serão realizados segundo a conveniência do governo, levando em conta “o melhor momento do mercado”.

Massa disse que esse é o pontapé inicial para que a Argentina normalize sua dívida. O governo avalia também a forma de pagamento da dívida de quase US$ 7 bilhões ao Clube de Paris sem ter de queimar reservas internacionais, e pretende reabrir a renegociação com os holdouts (credores de títulos inadimplentes que não entraram na reestruturação de 2005), que possuem cerca de US$ 22 bi em papéis soberanos. O Clube de Paris é instituição informal constituída por 19 países desenvolvidos cuja missão é ajudar financeiramente países em dificuldade econômica.

“Temos capacidade de pagamento de nossas obrigações, mas esse é o caminho do desendividamento que continua adiante”, disse Massa, enfatizando o esforço argentino de afastar as dúvidas sobre a capacidade de pagamento. A troca dos títulos envolverá somente os empréstimos garantidos e terá duas linhas de financiamento, uma nacional e outra internacional. A renegociação com os holdouts que são os credores que não participaram da reestruturação de 2005, não entrará nesta primeira operação, porque o governo espera melhor momento internacional. Entre 2009 e 2012 vencerão US$ 10,6 bilhões de capital e juros de empréstimos garantidos.