O porto de Paranaguá está prestes a lançar um edital para a realização de obras de remodelação do cais e aprofundamento dos berços de atracação, no valor de mais de R$ 100 milhões.
O projeto para as obras foi mostrado ontem, em Curitiba, pelo diretor técnico da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), André Cansian. Para ele, o empreendimento é uma espécie de complemento da dragagem de aprofundamento, que é realizada no canal da Galheta desde o início do ano.
“Não adianta os navios terem acesso a Paranaguá, se os berços de atracação também não forem dragados”, explicou Cansian, durante um encontro técnico promovido pelo Instituto de Engenharia do Paraná (IEP).
Segundo ele, antes da realização do aprofundamento, é necessária a remodelação do cais, para evitar que os sedimentos que o sustentam ocupem a área aprofundada. O diretor da Appa informou que o edital das obras está com a parte técnica pronta, e deve ser lançado nas próximas semanas.
Além da obra citada, Cansian apresentou outros oito projetos previstos para o porto, no próximo 1,5 ano. Para o presidente do IEP, o engenheiro Jaime Sunyé Neto, é importante dar ao assunto uma abordagem mais técnica e menos emocional.
A intenção do Instituto que tem focado na discussão de projetos a longo prazo para o Estado é melhorar a eficiência e competitividade do porto, aumentando a competitividade da economia estadual.
O prefeito de Paranaguá, José Baka Filho, que também estava no encontro, apresentou uma série de propostas para expansão do porto inclusive um terminal turístico, integrado ao centro histórico da cidade e a forma de integração com o restante do município.
Ele ressaltou a perda de credibilidade do porto ao longo dos anos e o fato do terminal estar, hoje, desconectado da sociedade local. Para ele, o planejamento da expansão deve ter antecedência mínima de cinco anos.
Segundo a conselheira do Conselho de Autoridade Portuária do Porto de Paranaguá, Maria do Socorro de Oliveira, que é relatora do Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do Porto Organizado, é necessário que os portos brasileiros comecem a ter planejamento estratégico. “Estamos com 30 anos de atraso em relação a portos médios da Espanha, por exemplo”, frisou.