A Agência de Promoção das Exportações Brasileiras (Apex) está investindo R$ 11,3 milhões em quatro projetos do Paraná, ligados ao mármore e granito, confecções, artesanato e alimentação. O objetivo é levar ao mercado externo produtos genuinamente paranaenses. “O Paraná é um estado importante no processo de exportações, pois tem oportunidade de desenvolver produtos com valor agregado”, apontou o presidente da Apex, Juan Quirós, que esteve ontem no Sistema Fiep, em Curitiba, apresentando as ações da Apex aos empresários locais.
Este ano, as exportações brasileiras devem somar US$ 94 bilhões. Em 2002, foram US$ 60 bilhões. “A logística está se ajustando a esta nova realidade. As exportações são prioridade nesse governo”, afirmou Quirós. O Paraná vem desempenhando importante papel nesse sentido. Segundo maior estado exportador, atrás apenas de São Paulo, registrou de janeiro a agosto exportações da ordem de US$ 6,54 bilhões, um aumento de 38% em relação ao mesmo período do ano passado. Já a balança comercial foi de US$ 3,95 bilhões – resultado quase 56% maior do que o mesmo período de 2003. Os dados são da Secretaria do Comércio Exterior (Secex).
Os principais produtos exportados de janeiro a agosto pelo Paraná foram grãos de soja (17,42%), bagaços e resíduos do extrato de óleo (11,97%), óleo de soja (5,97%), milho em grãos (5,77%), automóveis (4,50%), madeiras compensadas (4,45%) e pedaços e miudezas de frango e galinha (3,78%).
“O Paraná é, para nós, um Estado espetacular e estamos investindo R$ 11,3 milhões em quatro projetos. Estamos procurando caminhos para criar oportunidades em conjunto com a iniciativa privada a curto e médio prazo”, afirmou Quirós. Entre os projetos de curto prazo, destaque para o cultivo e exportação de alimentos orgânicos. A previsão é de que a exportação brasileira de orgânicos chegue a US$ 115 milhões este ano.
Sobre o interesse de pequenas e médias empresas no mercado externo, Quirós recomenda que elas procurem associações setoriais para que desenvolvam projetos setoriais integrados. Atualmente, a Apex-Brasil tem 200 projetos em execução. Realizou no ano passado 111 eventos e 245 este ano, com crescimento de 122%. No ano passado, os negócios previstos para os próximos 12 meses eram de US$ 76,4 milhões. Este ano, a previsão saltou para US$ 1,7 bilhão.
Segredo
De acordo com Quirós, exportar não é difícil. “Difícil é se consolidar, manter a empresa no mercado internacional”, apontou. Segundo ele, a participação em feiras e eventos é uma das formas de mostrar o produto brasileiro. “Muitas vezes, nossos produtos são exportados e as pessoas não sabem que são do Brasil. Precisamos dar identidade aos nossos produtos”, destacou. “Temos muitos pontos favoráveis, como preço competitivo, qualidade, design e o momento, afinal, o Brasil está na moda”, arrematou.