O ano de 2008 foi o quarto melhor em abertura de empregos em Curitiba, na série histórica iniciada em 1999 com números divulgados pelo Cadastro Geral de Trabalhadores (Caged) do Ministério do Trabalho. O saldo de novas vagas foi de 28.212, representando crescimento de 5,12% sobre 2007. No período de janeiro a dezembro foram admitidas 351.678 pessoas e desligadas 323.466. “O crescimento no nível de empregos foi bastante acentuado no ano, com destaque para a construção civil”, afirmou o secretário municipal do Trabalho e Emprego, Jorge Bernardi, que apresentou o balanço de 2008 nesta sexta-feira (23).
O destaque de 2008 foi o crescimento de 14,43% na construção civil, com saldo positivo de 3.427 vagas abertas a mais do que no ano anterior. No comércio, segundo maior empregador em Curitiba, o saldo positivo foi de 5,61%, com 7.040 novas vagas. No setor serviços o crescimento foi de 5,15%, com 14.461 vagas novas, e na indústria de transformação a alta de 3,31%, representou saldo de 3.027 novas vagas.
Em dezembro o saldo entre admissões e desligamentos ficou negativo em 8.878 vagas. Foi a maior queda no saldo da série histórica. Em proporção, a maior perda no mês ocorreu também no setor da construção: 4,4%, representando 1.279 vagas a menos. Na indústria da transformação a redução foi de 3,12%, com 3.057 vagas a menos. O setor de serviços perdeu 3.123 vagas (-1,04%). “Tivemos um impacto da crise internacional em dezembro, que reduziu as contratações e aumentou as demissões”, afirmou Bernardi.
O balanço do emprego formal em Curitiba, elaborado pelo Observatório do Trabalho, convênio entre Secretaria Municipal do Trabalho e Emprego e Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mostra ainda que o estoque de vagas com carteira de trabalho assinadas na capital em 2008 ficou em 579.727 trabalhadores. O número é 1,49% menor que o do mês anterior e coloca Curitiba na quarta posição entre capitais com população superior a um milhão de habitantes, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
O secretário Jorge Bernardi afirmou que o número de empregos deve voltar a crescer a partir de março e principalmente no segundo semestre de 2009. “As expectativas menos otimistas apontam que o PIB (Produto Interno Bruto) vai crescer 2%, o que para nós representaria um aumento entre 12 mil e 15 mil empregos formais a mais no ano”, disse ele. “Sugerimos aos empresários que segurem eventuais demissões, porque elas representam um custo alto, principalmente se for preciso contratar de novo em alguns meses.”
Bernardi disse que a Prefeitura vai investir na capacitação de pessoas para atender setores com carência de mão-de-obra, como mecânicos para motocicletas, área que tem mais de 5.000 vagas em aberto, instaladores na área elétrica, sistemas de monitoramento, teleemática, entre outros. “Vamos iniciar um programa em conjunto com o governo federal para oferecer cursos para qualificar mais de 7.000 jovens, concedendo bolsas por seis meses”, disse o secretário.
A variação no nível de empregos foi positiva também no Paraná nos últimos doze meses, com alta de 5,69%, e na região metropolitana de Curitiba, que registrou alta de 5,66%. De acordo com o Observatório do Trabalho, esse resultado deveu-se principalmente às altas taxas de crescimento verificadas antes de outubro.