A taxa de juros média praticada por instituições financeiras aumentou pela quarta vez neste ano, aponta levantamento divulgado hoje pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Os juros para pessoa física aumentaram 0,04 ponto porcentual, passando de 6,82% ao mês (ou 120,71% ao ano) em abril para 6,86% ao mês (ou 121,71% ao ano) em maio. Os juros para as empresas subiram 0,02 ponto porcentual, de 3,65% ao mês (53,76% ao ano) para 3,67% ao mês (54,11% ao ano). Nos dois casos, a taxa chegou ao seu maior nível desde fevereiro.
O economista Miguel de Oliveira, da Anefac, atribuiu a elevação ao movimento de alta na taxa básica de juros da economia, a Selic. Sua perspectiva, no entanto, é de que as taxas do mercado diminuam em ritmo maior que o da Selic. “Deveremos ter períodos em que a Selic vai ficar inalterada e as taxas de juros das operações de crédito vão ser reduzidas”, afirmou. Para Oliveira, há espaço para a ampliação da oferta de crédito, especialmente entre os bancos privados.
Para os consumidores, as taxas de juros com maior elevação de abril para maio – de 0,06 ponto porcentual – foram as do comércio e as de empréstimos pessoais em bancos e financeiras. A taxa do crédito direto ao consumidor (CDC) nos bancos aumentou 0,05 ponto e a do cheque especial subiu 0,03. Já os juros do cartão de crédito – os mais altos do mercado, de 10,69% ao mês (238,30% ao ano) – permaneceram inalterados.
No caso das empresas, o maior aumento, de 0,06 ponto porcentual, ocorreu na modalidade conta garantida. Esse tipo de crédito é o mais caro para as empresas, com taxa de 5,10% ao mês (81,65% ao ano). Os juros de capital de giro cresceram 0,01 ponto porcentual. Já as taxas do desconto de duplicatas e do desconto de cheque não apresentaram alterações.