Andrade da CNI nega que País precise de ‘indústria nova’

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, discorda da afirmação do assessor da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), David Kupfer, de que o Brasil precisa fazer “nascer uma indústria nova e não despertar a que está hibernando, além de abrir espaço para o processo de mudança estrutural, que está travado”. Kupfer fez tal afirmação na sexta-feira, 12, em palestra organizada pela Brasileiros Editora.

“Isso não é verdade”, contestou o presidente da CNI, em entrevista à Agência Estado, nesta segunda-feira, 15, citando inovações. “A indústria automotiva, petroquímica e eletroeletrônica evoluiu muito nos últimos anos”, disse Andrade. Ele lembrou que há três anos as exportações brasileiras eram superavitárias. “Não temos tido competitividade porque com o nosso câmbio não temos como concorrer com a China. A nossa indústria da moda compete de igual para igual com o mundo inteiro.”

Para ele, dar competitividade à indústria não é tarefa fácil porque tem que investir em áreas, como as de infraestrutura e qualificação de mão de obra. “O mercado interno tem crescido bem, mas é um mercado que tem sido suprido pelas importações, especialmente da Ásia”, queixou-se o presidente da CNI.

Para Andrade, não adianta ter condições boas de crédito pelo BNDES, com uma depreciação acelerada. “Tudo isso é bom, mas ninguém investe só porque tem boas condições de crédito. O mercado brasileiro tem muito o que crescer, como nos setores de telecomunicações e energia, mas é um mercado do qual a indústria brasileira não está participando”, afirmou.