Analistas já admitem que taxa Selic vai subir

A deterioração das expectativas com relação à inflação futura e a divulgação de índices de preços superiores às previsões do mercado devem levar o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central a elevar o juro na reunião deste mês, que acontece na próxima semana, dias 14 e 15. A maioria dos analistas consultados afirmou que espera aumento do juro na próxima semana.

O Copom não mexe na taxa básica da economia brasileira desde abril, quando baixou a Selic de 16,25% para 16% ao ano. Se confirmada a expectativa dos analistas para a reunião de setembro, será o primeiro aumento da taxa Selic desde a reunião de 19 de fevereiro de 2003, quando o Copom elevou o juro de 25,5% para 26,5%, na véspera do início da guerra dos EUA contra o Iraque.

As apostas de aumento no juro cresceram nesta semana, após as divulgações dos IGPs, calculados pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE.

O último relatório de mercado divulgado pelo BC, na segunda-feira (3), mostrava avanço nas projeções do mercado para a inflação medida pelo IPCA neste ano e em 2005. As estimativas para 2004 subiram de 7,20% para 7,29% em quatro semanas. Para 2005, as previsões passaram de 5,50% para 5,60% no período.

As previsões superam as metas centrais fixadas pelo BC, porém ainda estão dentro da margem de erro.

A meta central para 2004 é de 5,5% e, para 2005, de 4,5%. No entanto, há uma margem de erro de 2,5 pontos, para cima ou para baixo, tanto em 2004 como em 2005.

Apostas

Dos dez analistas que apostam no aumento da Selic, três disseram que a taxa deverá subir 0,5 ponto percentual, seis projetam aumento de 0, 25 ponto e um espera alta entre 0,25 e 0,50 ponto.

Já entre os economistas que apostam na manutenção da taxa em 16% ao ano, alguns avaliam que embora exista a possibilidade de a meta central da inflação não ser cumprida, é preciso levar em conta que a política monetária não tem efeito sobre variáveis como o petróleo e preços administrados, que têm pressionado a inflação nos últimos meses.

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