Alta do juro em 2010 foi a mais curta do governo Lula

A um mês das eleições presidenciais, o Banco Central interrompeu o ciclo de alta do juro básico da economia que elevou a Selic entre abril e julho. Em decisão unânime, a taxa Selic foi mantida em 10,75% anuais. A estabilidade era esperada pelo mercado, mas analistas alertam que a inflação pode não ter desacelerado o suficiente. Por isso, entre economistas, prevalece o entendimento de que o novo presidente da República precisará elevar o juro em 2011 para impedir o descontrole de preços no fim do próximo ano.

No comunicado distribuído hoje à noite após a decisão, o BC afirma que “não espera que o nível de inflação registrado nos últimos meses se mantenha em um futuro próximo”. Ao mesmo tempo, os diretores da instituição afirmam que há “continuação do processo de redução de riscos para o cenário inflacionário que se configura desde sua penúltima reunião”.

Diante desse quadro, o Comitê de Política Monetária (Copom) entendeu que, neste momento, a manutenção da Selic no “nível estabelecido em sua reunião de julho proporciona condições adequadas para assegurar a convergência da inflação para a trajetória de metas”.

Com a decisão, o mais recente esforço do BC para conter os preços durou apenas três reuniões: abril, junho e julho, o mais curto ciclo de aperto monetário do governo Lula. Na época, a alta havia sido motivada pela inflação que, com o crescimento da economia, passou a andar em ritmo mais rápido e poderia comprometer o cumprimento da meta de inflação.

Dessa vez, é a mesma inflação que motiva o fim dos aumentos da Selic. No Copom, um dos principais argumentos para a decisão de hoje é o comportamento dos preços. Em abril, quando o juro começou a avançar, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) havia subido 0,57%. Em junho, o índice caiu para zero e ficou praticamente estacionado, com leve alta de 0,01%, em julho.

Voltar ao topo