Alíquota zero para trigo pode reduzir preço do pão

O preço do pãozinho pode ser reduzido em até 8%. O motivo é a emenda à medida provisória 202, propondo alíquota zero para a farinha de trigo, que deve ser votada ainda esta semana pelo Congresso Nacional. Os efeitos positivos poderão ser percebidos nos preços dos derivados da farinha, como pão e macarrão.

Para a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), a alíquota zero, que é aplicada à farinha de mandioca, poderá reduzir os preços da farinha de trigo na ordem de 7% nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste, e em 12,5% nas regiões Norte e Nordeste. O pãozinho, um dos mais populares alimentos dos brasileiros, deve ter uma redução de 5% a 8%, caso a alíquota zero seja aprovada. Para o macarrão, a expectativa de redução é de 2,5% a 3% no preço ao consumidor.

Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), Samuel Hosken, o governo tem se mostrado sensível às reivindicações do setor, principalmente pelo fato de a farinha de trigo ser uma importante matéria-prima para os alimentos populares, como o pãozinho. Hoje, o setor é onerado em 9,25%, embora a farinha e seus principais derivados, como pães e massas, façam parte da cesta básica.

O Sindicato da Indústria da Panificação e Confeitarias do Estado do Paraná informou ontem, através da assessoria de imprensa, que “toda emenda que vise, ao final, à redução do preço do produto ao consumidor, o sindicato assina embaixo”. A assessoria de imprensa informou ainda que o sindicato é a favor da reforma tributária, especialmente da redução de alíquotas para os itens da cesta básica – cujo impacto maior ocorre nas famílias de baixa renda.

Irregularidades

Levantamento do Instituto de Pesos e Medidas do Paraná (Ipem) aponta que a média de irregularidades no peso do pão vendido em Curitiba é de 10,46%, até setembro – um número considerado alto e preocupante. De acordo com legislação do Inmetro, o pão francês comercializado por unidade deve pesar 50 gramas. “Há uma tolerância de 5% e até 47,5 gramas o produto pode ser comercializado. Menos que isso estará irregular e sujeito a autuação e multa”, explicou Sérgio Camargo, gerente de Pré-Medidos do Ipem.

Pelas regras em vigor, é o comerciante quem decide se vai vender o pão francês a peso, como já fazem algumas grandes redes de supermercados, ou por unidade, como se pratica em geral nas padarias. A portaria atual autoriza a venda a peso, desde que só seja feita desta forma e mediante a exibição de um cartaz, deixando bem claro ao consumidor que esta é a única opção de comercialização naquele local.

No Paraná, o Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitarias afirmou, através da assessoria de imprensa, que recomenda a seus associados que o pãozinho seja vendido pelo peso e não por unidade. “Assim, o consumidor paga pelo que está levando”.

Sobre as irregularidades encontradas (10,46% até setembro), a assessoria informou que o índice pode ter relação com estabelecimentos clandestinos, que “vendem como querem, sem condições de higiene, sem alvará da prefeitura”. O sindicato estima que existam na Grande Curitiba cerca de 500 padarias clandestinas. Já os estabelecimentos legítimos somam cerca de 1,3 mil. A recomendação do sindicato é que o consumidor peça sempre nota fiscal.

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