Alimentos pressionam a inflação em Curitiba

O primeiro Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do ano registrado em Curitiba ficou em 0,39%, abaixo da média nacional de 0,75%. A taxa de janeiro foi divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A batata, que no acumulado dos últimos 12 meses é o item com o maior aumento na capital (61,23%), foi, também em janeiro, o produto que mais subiu (24,19%). O etanol, cujo preço aumentou 11,73% no mês passado, também foi destaque.

Os preços que compõe o IPCA, índice utilizado como oficial de inflação, foram coletados pelo IBGE entre 30 de dezembro de 2009 e 28 de janeiro de 2010, e comparados com os preços vigentes de 28 de novembro a 29 de dezembro de 2009.

O índice de Curitiba, em janeiro, triplicou em relação à taxa de 0,13% obtida em dezembro do ano passado. Já o nacional dobrou na comparação com o mês anterior, quando tinha fechado em 0,37%.

Nos últimos 12 meses, o índice nacional ficou em 4,59%, acima dos doze meses imediatamente anteriores (4,31%). Em janeiro de 2009 a taxa tinha sido de 0,48%. Em Curitiba, a inflação em 12 meses é ligeiramente superior à media nacional: 4,63%.

Em Curitiba, o grupo que mais influenciou no índice do mês passado foi o de alimentação e bebidas, que teve índice de 0,92%. A taxa veio logo após uma deflação (-0,74%) registrada em dezembro.

Além da batata, itens como a cenoura (17,95%), o repolho (11,89%), a couve-flor (9,7%), o alface (8,13%) e a alcatra (7,88%) estiveram entre os que mais encareceram em janeiro.

Por outro lado, o tomate (-20,69%) e a cebola (-13,5%) foram os que tiveram as reduções mais significativas em seus preços. Os alimentos também foram forte influência no índice nacional, que passou de 0,24% em dezembro para 1,13% em janeiro.

O grupo, segundo o IBGE, foi responsável por um terço do IPCA do mês. O instituto de pesquisas aponta as chuvas, que vêm afetando lavouras de importantes pólos produtores, entre as principais culpada pelos aumentos.

No índice curitibano, o segundo maior aumento entre os grupos foi das despesas pessoais, que ficaram, em média, 0,7% mais caras. As mensalidades de clubes (6,6%) e os ingressos para jogos (6,2%) foram os itens com os maiores acréscimos nos preços. O grupo de habitação ficou em terceiro lugar, com índice médio de 0,31%. O destaque foi do aluguel residencial, que subiu 1,25%.

Apesar do aumento de quase 12% no etanol, o grupo transportes ficou apenas com a quarta maior taxa entre os grupos pesquisados. Os aumentos nos combustíveis, somados, entre outros, a acréscimos nos preços de passagens de ônibus interestaduais (4,16%) e do transporte escolar (1,78%), foram de certa forma compensados por reduções nos valores de motocicletas (-1,91%), automóveis usados (-1,35%) e passagens de avião (-1,23%).

Os grupos de saúde e cuidados pessoais (0,16%), vestuário (0,07%) e educação (0,05%) também tiveram aumentos. Por outro lado, os artigos de residência ficaram estáveis e os itens de comunicação tiveram uma leve queda, de 0,06%.