Abastecimento

Álcool anidro não é razão para a escassez de gasolina nos postos

Pela segunda semana consecutiva, problemas no abastecimento de combustível voltam a rondar os postos de combustíveis de Curitiba. Embora o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis no Paraná (Sindicombustíveis-PR) afirme que são casos isolados, são cada vez mais frequentes episódios em que o cliente chega para abastecer e é surpreendido com a notícia de que acabou o produto por conta de atrasos na chegada da carga.

Chegou-se a atribuir ao anidro, ou melhor, a falta dele o problema na gasolina, porém, com a moagem já impactando na queda dos preços do etanol e do próprio anidro, a explicação perde força. “O preço também regula o consumo, se houvesse algum problema com a produção do anidro, o combustível na usina não teria caído R$ 0,30 centavos no intervalo de uma semana”, argumenta o superintendente da a Associação de Produtores de Bioenergia do Paraná (Alcopar), José Adriano Dias.

Extraoficialmente, comenta-se que a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) está com o “bombeio” de combustível suspenso devido a entraves técnicos. A Petrobras foi procurada e disse que as atividades na Repar seguem normalmente.

Enquanto isso, o consumidor permanece refém da incerteza de encontrar o combustível. Nesta terça-feira (03), dois postos consultados apresentaram situações de ausência no produto. De manhã, quem foi ao Auto Posto Ortona, que trabalha com bandeira da Ipiranga, no bairro Ahú, não encontrou etanol. Contudo, os funcionários disseram se tratar de uma situação esporádica, por conta de atraso no recebimento da carga, que foi reposta à tarde.

Já no Auto Posto GT, de bandeira branca, no bairro Cabral, desde segunda-feira o estabelecimento opera sem gasolina comum. “Tem sido frequente alguns atrasos nos prazos de entrega das cargas”, reconhece o proprietário, Elton Zanlorenzi.

Ele admite que tem sido mais trabalhosa a busca por distribuidoras que atendam a quantia de combustível comercializada pelo seu posto, 60 mil litros, sendo metade gasolina e o restante etanol e diesel. “Antes dessa incerteza em encontrar ou não combustível, eu trabalhava com quatro distribuidoras, agora, ampliei para 12 distribuidoras, a fim de garantir o produto no meu estabelecimento”, conta.